É importante ter cuidados especiais para evitar acidentes tão comuns nesta época do ano. Primeiramente, vale lembrar alguns cuidados com relação a nossa casa e vizinhança: as crianças devem ser sempre supervisionadas. Quanto mais novas, maior esta necessidade.
Aqui no estado de São Paulo, por exemplo, temos um grande número de acidentes por picadas de escorpião. Crianças soltas brincando se sentem tentadas a entrar em terrenos ou casas em construção, para “explorar” ou esconder-se em cantinhos, justamente o ambiente que o escorpião deseja. Devemos ter muito cuidado com ralos, materiais de construção ou outros que não estão em uso frequente e que ficam largados.
“Nunca deixar, em caso de piscinas com bomba, a porta de acesso a ela aberta. Isto também pode evitar acidentes como quedas. A piscina, aliás, causa uma preocupação frequente pelo risco de afogamento. Não confiem jamais quando falamos de crianças. Elas se tornam incrivelmente “invisíveis” e silenciosas. Recomendamos, em geral, capas que são capazes de suportar o peso de crianças em uma queda, ou ainda cercar o ambiente em volta dela”, explica o pediatra André Arruda.
Também no ambiente domiciliar ou de lazer, o uso de patinetes (simples ou motorizados), skates e patins deve ser realizado com a devida proteção e cuidado, incluindo o uso de capacetes, joelheiras e cotoveleiras.
Queimaduras na cozinha ou com produtos ácidos em contato com a pele, além de choques elétricos, também ganham muita expressão.
Além disso, “a proteção solar e o uso de repelentes adquirem um valor muito especial no verão. Quer seja no ambiente domiciliar ou em viagens, esses produtos são importantíssimos e indicados já a partir do sexto mês de vida. Uma dúvida comum é como fazer diante da necessidade de aplicar os dois. Em geral, aplicamos sempre o filtro primeiro e, após um espaço de 30 a 45 minutos em média, aplicamos o repelente. Filtros podem ser aplicados a cada 2 horas ou caso os pequenos se molhem. Repelentes em geral podem ser aplicados três vezes ao dia”, informa André.
Bastante comum em nossa região é o hábito de viajar para regiões de praia. Não custa nada checar a situação do seu carro, dando especial atenção para as cadeirinhas e assentos. “Entendo perfeitamente que muitas crianças, principalmente as pequenas, brigam insistentemente por estar na cadeirinha. Mas, além de uma multa muito pesada, nossa consciência não nos perdoaria diante de um acidente que poderia ser evitado”, relata o pediatra.
Adicionalmente no capítulo viagem de carro, existem pessoas que enjoam durante o percurso. Isto inclui os pacientes pediátricos. Converse com seu pediatra, pois existem recursos terapêuticos que podem ser empregados com relativa eficácia e evitar este dissabor. Evitem o uso continuado de objetos ou aparelho que drene atenção da criança para parte interna do carro. Olhar para fora pela janela reduz consideravelmente o desconforto da chamada cinetose.
No capítulo tocante à épica viagem para praia, muito provavelmente multiplicam-se os casos de gastroenterite aguda, conhecida como ‘virose’. “Lembro a todos que estas cidades em geral possuem um acréscimo substancial na sua população flutuante. Os sistemas de tratamento de água e esgoto quase sempre se saturam. Nas altas temperaturas do verão, alimentos podem se deteriorar sem que inicialmente ocorram alterações de aspecto, odor ou sabor. Restaurantes com grande demanda de
clientes têm que lavar e higienizar muitos copos, pratos e talheres com extrema rapidez. Evitem o consumo de alimentos suspeitos na praia (na faixa de areia) principalmente: frutos do mar, salgados, sanduíches que levem molhos, principalmente, com maionese ou de tomate, além de doces que têm creme a base de ovos”, ressalta o médico.
Procurem se informar exatamente sobre as condições do local onde se hospedarão, isto inclui verificar junto ao proprietário de uma casa alugada quando fez higienização de sua caixa d’água. Procurar utilizar, sempre que possível, água mineral de procedência conhecida no preparo de alimentos e na ingestão. Evitar que os bebês (pequenos e grandes) mesmo que não intencionalmente, bebam a água de bicas, chuveiro ou da banheira.
“Atenção especial deve ser dispensada com mamadeiras e demais utensílios, onde aconselho limpar com solução de hipoclorito (facilmente encontrada em supermercados na sessão de verduras), ou ainda usando um esterilizador de microondas. Ninguém irá reclamar também se você levar um copinho de treinamento, um pratinho e um talher (quando falamos de bebês) para um restaurante onde os demais irão se alimentar”, explica André.
Lembrando que no calor as necessidades de líquidos por parte das crianças se elevam. Crianças corretamente hidratadas urinam em boa quantidade e, por isso, este é o melhor marcador.