Saiba como lidar com os filhos em casa no período de férias

É claro que todo pai fica feliz ao ter seu filho em casa, ou até em poder passar mais tempo com ele. Contudo, a maioria dos pais trabalha durante todo dia, então, muitas vezes, ficam preocupados em deixar o filho com alguém ou algum lugar em que confiam.

Já para as crianças, as férias causam ansiedade com o que poderão fazer estando em casa o dia todo. De acordo com a Psicóloga Renata Pinheiro, a demanda escolar, muitas vezes exaustiva, compromissos extracurriculares, como cursos de línguas, esportes e tantos outros, possibilitam nas crianças expectativas diante das férias. “Consequentemente, é comum o aparecimento de sentimentos ansiógenos (que causam ansiedade), provavelmente por tempo livre, sem muitas atividades para ocupá-los”, afirma.

A angústia dos pais surge quando a questão é: com quem vou deixar meu filho? Deixar com os avós nem sempre é uma opção. Portanto, é preciso recorrer a uma babá ou a escolinhas de férias. “Bem no momento em que as crianças ficam na casa ou escolinhas, de alguma pessoa ou instituição que não sejam os pais ou responsáveis, podem-se apresentar algumas dificuldades. Isso porque essas outras pessoas nem sempre conseguem impor regras e disciplinas as quais as crianças estejam acostumadas.

As crianças podem apresentar algumas dificuldades, inclusive, nas relações interpessoais, bem como se sentirem deslocadas a questões de adequação, regras e conceitos distintos. Essa vertente nos remete a perceber que também estar em outro ambiente, com outras regras e rotinas, pode possibilitar o encontro com outras vivências, aprendendo a conviver com o diferente, em grupo, contribuindo para seu crescimento como sujeito”, esclarece a especialista.

Com o avanço tecnológico, as crianças estão cada vez mais ligadas a computadores, celulares, tabletes e televisores. Isso representa tanto uma preocupação, quanto um “alívio” momentâneo para pais ou cuidadores. “Não podemos negar as vantagens que esse movimento produz, como aprendizagem, conhecimentos culturais, entretenimento e diversão. Porém, é importante atentar-se a que conteúdo os filhos estão assistindo, se está compatível a sua idade. A atenção deve ser redobrada, inclusive, na frequência do movimento em detrimento de outras atividades. Os pais devem ser criativos e procurar proximidade, promovendo atividades em conjunto com os filhos, atividades que causem prazer para ambos, como passeios, conversas, filmes, entre tantos”, aconselha a profissional.

Além disso, em período de férias, são comuns modificações na alimentação, visto que a rotina foi alterada. “As crianças tendem a comer mais e, geralmente, doces. O mais adequado seria manipular o controle ao acesso desses alimentos e explicar a vantagem e importância de uma alimentação mais saudável”, recomenda a Psicóloga.

Para aquelas crianças que têm irmãos ou irmãs, Renata afirma que as brigas tornam-se mais comuns quando elas convivem juntas por mais tempo. “Isso acontece por vários fatores, alguns singulares: falta de afinidade entre eles, entre os pais, temperamento, personalidade, tempo ocioso, conflitos já existentes entre ambos, ambiente favorável, entre outros. É natural que as crianças briguem entre elas, discutam e até se agridam física e emocionalmente. As crianças possuem agressividade, que é natural de sua fase. A psicoterapia, orientação e intervenções se tornam de suma importância para análise de crianças e adolescentes, possibilitando um espaço de expressão e escuta, para que a criança ou o adolescente possa ressignificar conflitos, um espaço que será efetivo e produtivo quando os cuidadores se perceberem como ferramentas para a contribuição e evolução do processo analítico. Com isso, é de suma importância a atenção dos pais diante das dificuldades e conflitos dos filhos, e possíveis encaminhamentos dos mesmos”, alerta Renata.

As crianças em casa também são sinônimo de preocupações. “Por estarem mais tempo em casa, a atenção deve ser redobrada, porque os riscos de acidentes aumentam nesse período. Apesar das angústias que isso possa causar aos pais, ninguém precisa desfazer as malas, ou interromper as brincadeiras em casa, mas sim, tomar algumas medidas a fim de reduzir os riscos”, finaliza a Psicóloga.

Renata Pinheiro Estevam, Psicóloga Clínica Crp: 06/131833 Contato: (19) 98292 2022

Renata Pinheiro Estevam, Psicóloga Clínica
Crp: 06/131833
Contato: (19) 98292 2022