Saiba mais sobre o HPV: Prevenção e Tratamento

É um tipo de vírus capaz de infectar a pele e as mucosas que revestem certas partes do corpo humano

Rodrigo de Angelis, CRM:96086 Ginecologista e Obstetra Atendimento: Medclin e Total Clínicas

HPV é a sigla em inglês pelo qual o Papilomavírus Humano é mais comumente conhecido.
O HPV é um tipo de vírus capaz de infectar a pele e as mucosas que revestem certas partes do corpo humano, como o interior da boca, da garganta, da faringe, do ânus, da vulva, do pênis e da vagina, fazendo com que o paciente desenvolva verrugas e lesões nas regiões que foram atacadas pelo vírus.
Ao todo, existem mais de 150 tipos de HPV, sendo que eles podem ser classificados de acordo com a área que atingem, com o sintoma que causam ou com a possibilidade ou não de causar lesões cancerosas.
Dos 150 tipos de HPV, cerca de 40 infectam o trato genital de homens e mulheres.
Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas. Habitualmente, as infecções pelo HPV se apresentam como lesões microscópicas ou não produzem lesões, o que chamamos de infecção latente.
Muitas pessoas com HPV não desenvolvem nenhum sintoma, mas ainda podem infectar outros indivíduos pelo contato sexual. Os sintomas podem incluir verrugas nos órgãos genitais ou na pele circundante.
A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada.
A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Assim sendo, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal.
Também pode haver transmissão durante o parto.
Não está comprovada a possibilidade de contaminação por meio de objetos, do uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento de toalhas e roupas íntimas.
A principal forma de combater o HPV é com a prevenção por meio da vacina quadrivalente, imunização contra quatro subtipos da doença (6, 11, 16 e 18), abrangendo os dois mais perigosos e comuns causadores de câncer: HPV-16 e HPV-18.
A vacina está disponível nas redes pública e privada. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é aplicada em meninas e meninos com idades entre 9 e 14 anos e 11 e 14 anos, respectivamente. No sistema particular, pode ser recebida por qualquer pessoa com mais de 9 anos de idade.
O uso do preservativo pode ajudar a prevenir o HPV, mas o vírus pode estar presente em áreas da pele que não são cobertas pelo preservativo. Além disso, o preservativo deve ser utilizado todo o tempo, desde o início até ao final da relação sexual. O vírus pode ser transmitido durante o contato sexual direto pele-a-pele antes do preservativo ser colocado. Além de que os preservativos masculinos não cobrem toda a área genital, especialmente a das mulheres. O preservativo feminino abrange mais a vulva, mas não tem sido estudado o suficiente para determinar sua capacidade para prevenir o HPV. No entanto, os preservativos são muito úteis na proteção de outras doenças que podem ser transmitidas através da atividade sexual.
De forma geral, não é possível saber quem tem HPV. O vírus é tão comum que mesmo essas medidas não garantem que a pessoa não o contrairá. Mesmo assim, estas medidas podem ajudar a reduzir o número de vezes que uma pessoa se expõe ao vírus.
Existe uma diferença entre curar o vírus e tratar as lesões causadas por ele. As verrugas ou neoplasias de colo de útero consequentes do HPV podem ser cuidadas por meio de tratamento médico; entretanto, ao curar as lesões, a pessoa não está se livrando do vírus em si, apenas da manifestação física dele.
Acredita-se que o HPV é curado naturalmente em 80% a 90% dos casos entre um ou dois anos após a contaminação. Nesses casos, o sistema imunológico aprende a combater o vírus e pode eliminá-lo por completo do organismo.
Infelizmente, caso o paciente infectado não consiga vencer o HPV por conta própria, a tendência é que fique infectado a vida inteira, pois não existem remédios que curem a doença, que poderá voltar a se manifestar em períodos de baixa imunidade.
Entre os vários tipos de HPV reconhecidos, aproximadamente 40 podem causar maiores danos à sua saúde, sendo que 15 deles podem provocar lesões precursoras no colo do útero (localizado no fundo da vagina). Essas lesões podem progredir para o câncer de colo do útero, que é o segundo caso de tumor mais frequente entre as mulheres no Brasil.
Quanto mais cedo o câncer de colo do útero for descoberto, maiores são as chances de cura.
A detecção de lesões que podem causar a doença pode ser realizada facilmente no exame Papanicolau. Por isso, é importante que você se consulte regularmente com o seu ginecologista.
Nos casos em que houver diagnóstico confirmado de câncer de colo do útero, são realizados exames para avaliar a extensão da doença e determinar o estágio em que ela se encontra para determinar o melhor tratamento para o caso.