Saiba os sintomas do câncer de bexiga: existe cura?

Ocupando a décima posição no ranking dos tipos mais frequentes, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes

O câncer de bexiga é o decimo tipo de câncer com maior incidência no mundo, sendo o sétimo mais comum em homens, enquanto nas mulheres é o 11º tipo de câncer mais frequente. Além do sexo, características como idade e etnia também podem aumentar o risco de desenvolver a doença, pois pessoas brancas e mais velhas são os grupos mais afetados. Outros fatores de risco do câncer de bexiga também devem ser levados em consideração, tais como:
– Tabagismo: principal fator de risco para o câncer de bexiga. Fumantes têm 3 vezes mais chances de ter câncer de bexiga do que os não fumantes.
– Idade: o risco aumenta com a idade. Cerca de 90% das pessoas com câncer de bexiga têm mais de 55 anos de idade.
– Baixo Consumo de Líquidos: não beber líquidos em quantidade suficiente pode aumentar o risco de câncer de bexiga.
– Raça e Etnia: pessoas brancas têm cerca de duas vezes mais chances de desenvolver câncer de bexiga do que as pessoas da raça negra.
Os principais sinais e sintomas do câncer de bexiga são:
•Sangue na urina: Na maioria dos casos, sangue na urina (hematúria) é o primeiro sinal de alerta do câncer de bexiga. Às vezes, não existe uma quantidade de sangue suficiente para alterar a cor da urina. Dependendo da quantidade de sangue, a urina pode ter uma cor alaranjada ou menos frequentemente vermelha escura. Em outros casos, a cor da urina é normal, mas pequenas quantidades de sangue podem ser encontradas no exame de urina realizado por outros sintomas ou como parte de um exame médico de rotina.
O sangue pode estar presente um dia e ausente no dia seguinte e assim a urina pode ser clara durante semanas ou meses. No caso de um câncer de bexiga, o sangue, eventualmente, reaparece. Normalmente, os estágios iniciais de câncer de bexiga causam pouco sangramento, e pouca ou nenhuma dor.
Sangue na urina não significa necessariamente ter câncer na bexiga. Hematúria frequentemente pode ser causada por outros motivos, como infecção, tumores benignos, cálculos renais ou outras doenças benignas do rim.
•Mudanças nos hábitos urinários ou sintomas irritativos.
•O câncer de bexiga pode, algumas vezes, provocar alterações na micção, como:
1. Urinar com frequência maior que a habitual.
2. Sensação de dor ou queimação ao urinar.
3. Urgência em urinar, mesmo quando a bexiga não esteja cheia.
4. Problemas para urinar ou fluxo de urina fraco.
Esses sintomas também podem ser causados por uma doença benigna, como infecções, tumores benignos, cálculos na bexiga, bexiga hiperativa ou por aumento de tamanho da próstata. Ainda assim, é importante procurar um médico, para que a causa seja diagnosticada e tratada, se necessário.
O câncer de bexiga pode ser diagnosticado por meio da realização de exames de urina e de imagem (tomografia, ressonância magnética e ultrassonografia) cujas lesões suspeitas serão confirmadas por uma cistoscopia, um tipo de endoscopia que permite visualizar o interior da bexiga por uma câmera introduzida pela uretra. Durante esse procedimento também pode ser realizada a retirada de fragmentos do órgão para encaminhar à biópsia.
Após o diagnóstico, será feito o estadiamento, que é a forma de classificação do tumor, considerando a sua extensão e ou o quanto ele afetou os gânglios linfáticos ou outros órgãos, o que auxilia o médico na definição da melhor conduta terapêutica.
A definição do tratamento para câncer de bexiga depende de alguns fatores como o estágio da doença, a gravidade dos sintomas e a saúde geral do paciente. Por isso, deve ser personalizado. Uma ou mais terapias podem ser recomendadas para tratar o câncer ou ajudar a aliviar os sintomas, sendo elas:
– Cirurgias: a ressecção transuretral é realizada quando o médico remove apenas o tumor da bexiga através da uretra. Em casos mais graves, pode ser necessário realizar uma cistotectomia, que é a retirada parcial ou total da bexiga. Em casos de cistotectomia radical, é construído um novo órgão para armazenar a urina.
– Quimioterapia, imunoterapia ou radioterapia: essas terapias podem ser utilizadas para preservar a bexiga, diminuindo o tumor e, assim, a necessidade de remoção de parte do órgão, ou de forma complementar às cirurgias, após o paciente já ter realizado a retirada, para evitar a reincidência do câncer.
A quimioterapia e a imunoterapia podem ser aplicadas por meio da ingestão de medicamentos via oral ou por infusão na veia, mas é também comum a aplicação intravesical. Nesse caso, a substância é inserida diretamente na bexiga por meio de uma sonda introduzida pela uretra.

Rodrigo de Angelis, CRM:96086
Ginecologista e Obstetra
Atendimento: Medclin e Total Clínicas