Entre conversas de mulheres, com certeza, o assunto “cólica menstrual” já surgiu: algumas afirmam que sentem menos, outras mais, outras nem mesmo têm cólicas. Mas, então, o que influencia o nível de dor que cada uma sofre mensalmente?
O Ginecologista Dr. Nivaldo Baron explica que o grau da dor depende do organismo da mulher e que a especulação de que mulheres mais baixas ou acima do peso sentem mais cólica não se passa de um mito. “Do ponto de vista ginecológico, a questão da estatura da mulher não influencia na frequência e nível de cólica que ela sente”, esclarece.
O profissional explica que algumas mulheres têm o útero maior; algumas têm uma miomatose, que é uma patologia mioma uterino, como um tumor benigno, que são nódulos que aparecem na parede do útero e que alteram a motilidade do útero, além de aumentar seu volume. “Mulheres que têm esses nódulos sangram mais, e, com mais prostaglandina que produz, ela terá, consequentemente, mais cólica. Geralmente, as mulheres com miomas costumam ter sangramentos mais intensos e costumam sentir mais dor”, informa Dr. Nivaldo.
Para mulheres que têm muita cólica menstrual, o especialista recomenda que o ideal é fazer uso de anticoncepcional, o que costuma apresentar melhoras no quadro de cólicas. “A pílula é o método mais utilizado para melhorar as dores menstruais. Por outro lado, mesmo quando a mulher toma anticoncepcional, mas, ele não é suficiente para amenizar a dor, é interessante usarmos produtos que também são anticoncepcionais, porém, de uso contínuo, para que a mulher não menstrue”, aconselha ele.
Existem alguns hábitos que podem piorar as cólicas, que as mulheres devem evitar. “O frio piora qualquer dor. O calor local quando se está com cólica é recomendado; algumas mulheres fazem bolsa de água quente e percebem uma melhora. Atividades físicas também ajudam bastante a melhorar o quadro de dor, assim como ter uma alimentação saudável”, aconselha o Ginecologista.
Além de todos esses fatores, a cólica pode ser sintoma da TPM (tensão pré-menstrual). “A TPM é, na verdade, uma síndrome. Ela é uma patologia caracterizada por vários sinais e sintomas. Um deles é a cólica; mas pode ser dor de cabeça, cefaleia, dor mamária, inchaço das mamas, inchaço do abdômen, náusea, vômitos, diarreia, alterações de humor, irritabilidade, choro, ficar meio depressiva, alterações das habilidades no dia a dia, alterações no apetite, ansiedade para comer (principalmente, doces). Portanto, ter cólicas menstruais, em alguns casos, pode apenas representar um sintoma da TPM”, esclarece o especialista.
Já a cólica que as grávidas sentem é devido à contratilidade do útero. “A mulher passa a ter uma estrutura que normalmente não existe dentro do organismo dela, que é o saco gestacional (feto), e a tendência do útero é contrair. Por isso, durante toda gestação, predomina o hormônio progesterona, que serve para reduzir a contratilidade do útero para manter a gravidez. Mesmo assim, a mulher ainda tem um pouco de cólica, porque é a mesma sensação de quando vai menstruar. Com a gravidez mais evoluída, essa contratilidade serão as contrações uterinas, que, com maior intensidade, caracterizará o trabalho de parto”, explica o profissional.
A respeito da menopausa, Dr. Nivaldo afirma que o que caracteriza essa fase é não menstruar mais. “Pela parte ginecológica, a mulher que entrou na menopausa não deve ter mais cólica. Teoricamente, não do útero. Porém, uma das causas de dor na mulher pode ser intestinal, que é a cólica por contratilidade da parede do intestino”, conclui o Ginecologista.