Os cuidados com a moto vão muito além de apenas fazer as manutenções necessárias – é preciso se atentar aos hábitos diários, que são esses os que mais podem prejudicar a motocicleta. A bateria, item de suma importância no funcionamento do automóvel, é muito delicada e exige muitos cuidados por parte do motociclista.
De acordo com o Mecânico de motos Marcelo José Rodrigues de Oliveira, existem três tipos de baterias: a convencional (ou não-selada), a selada e a bateria em gel. “A bateria que requer manutenção mensal é chamada de convencional, ou não-selada. Deve-se verificar o nível de sua solução específica e equilibrar, se necessário. Essa bateria costuma ter uma vida útil de um ano a um ano e meio, se for original, e ter saído direto da fábrica”, informa.
Já as baterias seladas não exigem manutenção. “A partir do momento em que é ativada, ela não precisa mais passar por nenhuma manutenção periódica. Assim que ela atinge seu prazo de ‘validade’, ou sua vida-útil, que pode durar de um ano e meio até dois anos, ela deve ser descartada e substituída por outra”, esclarece o profissional.
O Mecânico de motos afirma que a bateria em gel, um pouco menos comum, tem uma durabilidade bem maior do que a convencional ou a selada. “Ela tem uma amperagem maior, e possui mais carga para a motocicleta. Ela é bem pouco usada, também pelo seu preço, que costuma custar o dobro das outras”, explica ele.
No caso da bateria selada, as formas de o motociclista perceber que ela está começando a chegar no fim de sua validade, é quando ela apresenta alguns sintomas específicos. “A luz do painel vai ficando mais fraca, a moto demora mais para ligar e, muitas vezes, nem liga. Esses são os sintomas de que ela precisará ser substituída em breve”, alerta Marcelo.
Já acerca da bateria convencional, o especialista afirma que poucas pessoas fazem a revisão todo mês, o que pode prejudicar muito seu funcionamento. “Existem motociclistas que nunca fizeram uma revisão sequer na moto com bateria não-selada, o que diminui muito a vida útil da bateria. A mão de obra dessa verificação chega a custar R$ 20, além das substâncias utilizadas”, observa.
A instalação de outros equipamentos na motocicleta pode também diminuir o desempenho da bateria. “A instalação de alarmes, por exemplo, se não for feita corretamente, vai consumir a carga da moto, mesmo com ela parada. Outro hábito é o de instalar uma chave de ‘liga e desliga’, ou alguma lanterna e farol não específico àquele modelo de motocicleta. Tudo isso faz consumir mais bateria”, ressalta Marcelo.
Outro fator que o profissional aponta, e que muitos fazem, é deixar por muito tempo a chave do moto ligada no contato. “Isso acaba com a bateria! No outro dia, a moto pode nem mesmo funcionar. Além disso, moto parada é prejuízo; se fica mais de dois meses sem uso, até mesmo uma bateria nova perde toda sua carga. Ela precisa do movimento da moto para se recarregar, constantemente. A bateria tem umas placas de chumbo dentro dela; se a moto não é usada, essas placas não são ativadas e elas acabam ‘grudando’ uma na outra”, explica ele.
O especialista aponta que o valor de uma bateria convencional original, para uma moto de baixa cilindrada, custa em torno de R$170 a R$180. Já a bateria selada tem um custo de R$230.
É importante lembrar que cada moto tem seu tipo específico de bateria. “A moto de baixa cilindrada a pedal tem uma bateria específica, assim como a com partida elétrica também tem, por causa da amperagem dela. Inclusive, tanto a convencional quanto a selada podem ser usadas para ambas as motos de baixa e alta cilindrada. O manual do fabricante detalha qual é a bateria específica para cada modelo de moto”, conclui Marcelo.