Sendo mãe de primeira viagem ou não, a chegada de um bebê pode assustar no começo. A rotina é modificada e os cuidados básicos devem ser rigorosamente seguidos. Mas, nem todas as mulheres sabem como agir nesse momento da vida. Por isso, orientação e atenção são itens indispensáveis para o bebê ter uma boa adaptação ao seu novo mundo. Apesar de a mãe receber todas as instruções necessárias na maternidade, quando volta para casa com seu bebê, surgem diversas dúvidas e receios quanto aos cuidados e à rotina que deve ser estabelecida.
O pediatra Dr. André Luiz Mathias Arruda esclareceu as principais dúvidas das mães quanto ao cuidado diário com o bebê recém-nascido.
Choro
Os bebês choram por inúmeros motivos. A convivência com a mãe nos primeiros dias é essencial e faz a mãe adquirir intimidade para perceber o motivo do choro. Geralmente, choram por estarem se adaptando ao novo ambiente, por estímulo da fome, por dor, eventualmente, para evacuar, já que fazem isso com muita freqüência, e eliminar gases. Estranham quando é hora de tomar banho, quando tiram a roupa, quando sentem frio ou quando se sentem abafados, quando estão suados. As fraldas e roupas podem apertar um pouco e a posição que ficam no berço também. Não há uma fórmula exata para identificar e, a princípio, a mãe vai por eliminação. Com o tempo, percebe que pode haver um tipo de choro mais específico para cada necessidade do bebê.
Umbigo
É importante fazer a aplicação do álcool 70% o maior número de vezes possível ao dia. Além disso, é preciso secar o cordão umbilical para depois aplicar o álcool. Depois que o cordão cai, por volta do 7º, 14º dia, deve ser aplicada uma gotinha de álcool sempre que abrir a roupa do bebê e também após o término do banho. Esse procedimento pode ser feito até um mês de vida.
Espirros, soluços e obstrução nasal
Espirros, soluços e obstrução nasal são comuns nessa primeira fase de vida do bebê. Os soluços podem ser causados pela amamentação ou até mesmo quando se tira a roupa do bebê, mas, esse não é um fator que pode ser prejudicial. Para os espirros e a obstrução nasal, que são bem comuns devido ao nariz do bebê ser mais achatado, pode ser usado soro fisiológico. Para isso, é importante que a mãe consulte o pediatra responsável pelo acompanhamento de seu bebê.
Banho
O essencial na hora do banho é verificar a temperatura. Os médicos indicam o termômetro de banheira. Na falta deste, usa-se a parte das costas das mãos (por ser uma área de pele mais fina, semelhante a do bebê). Nunca coloque o bebê sem checar a temperatura da água. O sabonete deve ser sempre neutro. O bebê deve ficar em uma posição com a cabeça mais alta. A mãe deve começar a lavar pela cabeça e rosto e depois as partes mais baixas, genital e bumbum. Evite talcos, colônias e perfumes, tanto na criança, como nas roupas e toalha de banho, pois, podem causar alergias.
Banhos de sol
É recomendado que o bebê tome banhos de sol. O horário indicado é até às 10h e após às 15h, sendo meia hora de sol semanal, com a menor quantidade de roupa possível. Isso ajuda no metabolismo da vitamina D, que é o que vai fortificar os ossos da criança e eliminar a icterícia, que é o pigmento de cor amarelada que aparece na pele no bebê nos primeiros dias de vida.
Fraldas
É de extrema importância utilizar fraldas de boa qualidade, que não apertem o bebê. Para higienização na hora da troca, o ideal é que seja feita com algodão e água. Se não for possível, pode ser usado lenço umedecido, que também deve ser de boa qualidade para não causar irritação. Quanto às pomadas para assaduras, variam de acordo com a preferência da mãe pela marca. Talcos não devem ser usados em hipótese alguma.
Visitas
Visitas de parentes mais próximos são recomendadas. Porém, o recém-nascido não deve receber a visita de muita gente, pois, o bebê precisa estabelecer uma rotina e a mãe precisa se recuperar. Portanto, nos primeiros 30 dias, é indicado somente quem é mais próximo no núcleo familiar.
Posição para dormir
O bebê deve sempre ser colocado para dormir de barriga para cima, deixando um plano inclinado onde a cabeça fique mais alta.
Síndrome da Morte Súbita
A Síndrome da Morte Súbita ocorre nos recém-nascidos, com pico de incidência até dois meses de idade. Acomete, geralmente, bebês prematuros, bebês com doenças de refluxo – que o leite volta – e que há conseqüências disso. Também ocorre com os bebês que a mãe tem histórico de tabagismo e/ou utilização de drogas.