Saiba tudo sobre menopausa e reposição hormonal

Quando a mulher chega à meia idade, há uma queda considerável de hormônios em seu corpo. Em geral, a menopausa ocorre entre 45 e 55 anos. Nas brasileiras, ocorre geralmente entre 49 e 50 anos.

O início da menopausa pode ser considerado após um ano do último ciclo menstrual da mulher, isso porque, durante esse período, pode ocorrer da mulher menstruar, mesmo que irregularmente.

O ginecologista Dr. Nivaldo Baron explica que, antes da mulher entrar na menopausa, ela passa por um período de transição, chamado climatério. “Esse tempo de transição que antecede a menopausa é chamado de climatério. Ele representa a passagem da fase reprodutiva da mulher para a não reprodutiva. O organismo deixa de produzir, de forma lenta e gradativa, os hormônios estrogênio e progesterona. Dessa forma, pode acontecer de a mulher menstruar de forma irregular. Essa fase dura, em média, quatro anos, porque o ovário ainda tem sua função, mas está, aos poucos, se adaptando à perda significativa de hormônios. Essa irregularidade se caracteriza por algumas mudanças no corpo da mulher. Geralmente, ela se queixa de problemas como ter a menstruação muito longa; por um período de duas semanas, ou então menstruar duas vezes no mesmo mês e até mesmo passar longos períodos sem menstruar”, diz.

Com a menopausa, podem surgir alguns sintomas bem comuns, mas que, dependendo de cada mulher, podem ser também muito incômodos. “O principal sintoma principal são as ondas de calor, que são chamados de sintomas vasos motores. Esses sintomas causam calor, principalmente, no pescoço, tórax e face. Quando acontece durante a noite, por exemplo, as ondas de calor fazem com que a mulher acorde e, com isso, ela perde a qualidade de sono. Além disso, há alguns outros sintomas bem comuns, como formigamentos de extremidades, principalmente nas mãos e dedos; irritabilidade e insônia (principalmente pelas ondas de calor); pele mais seca e ressecamento vaginal, diminuição de libido e, com isso, a vida sexual da mulher pode ficar comprometida”, explica o Dr. Nivaldo.

Quando o assunto é a reposição hormonal, surgem diversas dúvidas e muitas mulheres têm receio de fazer o tratamento. O Dr. Nivaldo explica que não se trata de algo sistemático, que por regra deve ser feito por toda mulher que entrar na menopausa, mas sim, que varia de acordo com os sintomas e qualidade de vida de cada uma. “A reposição hormonal não é um fator sistemático, isto é, não é toda paciente que entrar na menopausa que irá precisar dela. A reposição hormonal se baseia muito mais nos sintomas clínicos e na qualidade de vida da mulher do que propriamente na menopausa. Existem mulheres que já estão na menopausa e nunca tiveram sintomas e não precisam da reposição hormonal e existem outras, ainda no climatério, mas que já possuem uma qualidade de vida muito ruim… Porque não dormem bem, entre os outros fatores. Portanto, quando a qualidade de vida da mulher fica comprometida, vale a pena optar pelo tratamento. A reposição hormonal não é necessária para a maioria das mulheres, isso porque, apesar de muitas apresentarem os sintomas, geralmente, eles são amenizados com o passar do tempo”, salienta o ginecologista.

Mulheres que possuem antecedentes de trombose, câncer de mama, hipertensão, diabetes descontrolado ou que são fumantes precisam ser muito bem avaliadas, mas, em geral, elas não têm indicação de uso da reposição hormonal, de acordo com o Dr. Nivaldo. Nos casos de câncer de mama, funciona da mesma forma. “Consideramos fator de risco quando há casos da doença (câncer de mama) na mãe, irmã ou filha, porque isso faz com que a mulher tenha um risco maior em relação às outras mulheres. Essas mulheres, portanto, devem evitar o uso de hormônios de qualquer tipo. Nesses casos, a fitoterapia, isto é, o uso de medicamentos fitoterápicos associados a cremes específicos melhoram um pouco os sintomas, mesmo não tendo a mesma eficiência das medicações mais fortes que possuem estrogênio”, explica.

De forma geral, o que deve ser priorizado, segundo o Dr. Nivaldo, é o bem-estar da mulher. “A mulher precisa ir ao médico regularmente, fazer os exames quando necessários. Dessa forma, o foco principal é a qualidade de vida da mulher, é isso que vai determinar se ela precisa ou não de reposição hormonal”, orienta o ginecologista.

 

Dr. Nivaldo Baron Ginecologista CRM: 48 942

Dr. Nivaldo Baron
Ginecologista
CRM: 48 942