É muito comum que diversas mulheres optem por não menstruar, seja pela rotina corrida do dia a dia, seja por problemas hormonais ou por simplesmente não se adaptarem e encararem a menstruação como algo incômodo a cada mês.
O fato é que a vida moderna fez com que a maior parte das mulheres desejasse se livrar da famosa TPM (Tensão Pré-Menstrual) e dos inúmeros incômodos mensais causados pela menstruação. Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas mostra que 32,5% das mulheres gostariam de nunca mais menstruar.
O ginecologista Dr. Rodrigo de Angelis explica quais são os principais motivos que levam as mulheres a optarem por suspender a menstruação. “Existem mulheres com menstruação muito desconfortável, com muito sangramento e muita cólica. Esses fatores são a principal causa para elas optarem por não menstruar.”
O Dr. Rodrigo explica quais são os principais benefícios além da suspensão da menstruação em si. “Além da suspensão do fluxo, há diminuição das cólicas e alívio da TPM.”
Considerando que, antigamente, as mulheres tinham um número de filhos muito maior, elas menstruavam bem menos. Hoje em dia, a mulher exerce não só o papel de mãe na sociedade, mas também de profissional. Com isso, muitas acabam escolhendo ser mãe mais tarde ou até mesmo optam por não terem filhos, o que automaticamente aumenta o número de ciclos menstruais da vida dela e, conseqüentemente, os incômodos desse período vêm junto.
Porém, como qualquer alternativa que mude o processo natural do organismo do corpo humano, há alguns riscos. “Os riscos dependem de cada paciente. Porém, existe uma margem de 10 a 15% de mulheres que não se adaptam e outras que continuam com pequenos sangramentos, chamados spots. O uso de alguns métodos implica em efeitos colaterais, como é o caso da pílula de uso contínuo.
Nesses casos podem ocorrer retenção de líquido, possibilidade de aumento de peso, aumento de oleosidade da pele, espinhas e diminuição da libido. Existem várias pílulas no mercado e o médico pode escolher a melhor opção com menos efeitos colaterais de acordo com cada paciente”, orienta o ginecologista.
Há também alguns problemas de saúde que fazem com que seja melhor para a mulher suspender a menstruação, como alguns casos de endometriose, miomas e cistos de ovário. Da mesma forma, há outros fatores clínicos que podem impedir a mulher de optar por não menstruar, como distúrbios vasculares e de coagulação sanguínea, segundo o Dr. Rodrigo.
O ginecologista explica quais são os métodos mais comuns usados para suspender a menstruação. “Há o uso da pílula, onde o sucesso do tratamento depende da paciente, isto é, ela precisa tomar corretamente a pílula. O DIU, que libera doses contínuas de hormônio durante cinco anos e, após esse período, tem de ser trocado. Existem também outros métodos, como as injeções que podem ser mensais ou trimestrais, os implantes subcutâneos que duram três anos e a ablação do endométrio. Este último é indicado para mulheres próximas da menopausa, com filhos e que possuem hemorragias sem causa definida. Essa técnica remove o endométrio, o que elimina a menstruação e a mulher não pode mais engravidar.”
De maneira geral, a suspensão da menstruação é possível tanto para mulheres jovens, quanto para mulheres mais velhas. O mais importante, de acordo com o ginecologista Dr. Rodrigo, é que a mulher seja avaliada individualmente por seu médico para que faça a escolha mais saudável.