Provavelmente, ele se aposentará no início de setembro. Formado em Letras, planeja se tornar professor
Servindo a comunidade cosmopolense há 23 anos, o Policial Militar, Sargento PM Rogério do Prado, anunciou, recentemente, sua aposentadoria da corporação.
Rogério ingressou na Polícia Militar (PM) em 1997. Na ocasião, então com 23 anos e desempregado, ele prestou o concurso e passou, tendo em mente que seria seguro e interessante para a época. Ele fez dois cursos de formação na corporação. O Curso Superior de Soldados e o Curso Superior de Sargentos. Na Polícia Militar, ele já trabalhou em Campinas, Americana, Cosmópolis na maior parte do tempo e em São Paulo. Também passou pela Corregedoria da corporação e fez um estágio na Força Tática. Mas, o lugar que mais o marcou foi o PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência). Para ele, o Programa agregou muito conhecimento sobre a importância de a Polícia estar junto à comunidade, de como as crianças os veem, a importância de expor uma imagem positiva da polícia, e também poder ajudar na vida pessoal das crianças e mostrar que sempre há uma escolha saudável a fazerem.
“Acredito que um dos grandes desafios de ser um Policial Militar seja lidar com o inesperado, principalmente, os policiais que trabalham no atendimento e ocorrências. Por mais que existam treinamentos e a consciência dos procedimentos operacionais padrão, que a Polícia tem e que precisamos saber, mesmo assim, o principal desafio é lidar com o controle emocional para cada tipo de situação, porque não tem receita de bolo para tudo, e o policial está ali, no combate ao crime, de frente com o perigo e as maiores situações adversas possíveis, em que tudo pode acontecer, tudo é possível. Mas, o policial tem que estar ali, é o trabalho dele e ele tem que fazer sua parte”.
Para ilustrar, ele cita um evento que, em meio de tantos outros, marcou sua carreira como uma das maiores dificuldades que passou. Por volta do ano de 2001, duas pessoas que tentaram um roubo, na cidade de Paulínia, se deslocaram em fuga até Cosmópolis, sendo acompanhadas por viaturas da Polícia de Paulínia. Ao chegarem a um posto, houve uma troca de tiros com os infratores, na qual foi obtido o êxito em detê-los. Como dito anteriormente, foi uma situação inesperada, que exigiu muita tranquilidade, ainda mais envolvendo um fator que ameaçava a vida dos profissionais.
Rogério diz que parte da sociedade acaba sendo um pouco cruel com a Polícia Militar, hoje bem menos do que antigamente, considerando que, de acordo com ele, as pessoas entendem a importância e o lugar dos policiais na sociedade. De maneira geral, ele diz que, às vezes, comentários indevidos e sem sentido direcionados aos policiais são feitos sem conhecimento de causa, por isso, é necessário que o profissional tenha muita tranquilidade e cabeça no lugar. “A Polícia é importante, todos precisam dela, e nós também precisamos do cidadão de bem. Essa consciência da comunidade, de que a polícia deve estar próxima, é pregada na Polícia Militar com muita veemência. Os policiais têm consciência disso, e a gente trabalha sempre com essa questão”, encerra.
Rogério é formado em Letras e planeja continuar servindo a sociedade, mas, dessa vez, de outra forma, utilizando sua licenciatura para dar aulas num futuro próximo.
Fotos cedidas: Redes sociais/Arquivo pessoal