Hoje, no Brasil, há mais de 51 milhões de veículos com mais de cinco anos de uso circulando sem seguro. Isso acontece porque as apólices de seguro para esses automóveis costumam ser muito caras; e também porque existe uma certa dificuldade em encontrar peças de reposição em casos de sinistro.
Com isso, uma nova modalidade de seguro de carro pode chegar à Cosmópolis ainda este ano. O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)regulamentou o “Seguro Auto Popular”, que tem expectativa de custar 30% menos do que os disponíveis atualmente no mercado.
Segundo informações da Superintendência de Seguros Privados (Susep), a principal diferença entre o seguro comum e o novo é que este último vai poder utilizar peças originais provenientes de empresas de desmontagem no reparo dos veículos, desde que não envolvam a segurança dos passageiros, como peças de freio, suspensão, cintos etc.
É claro que, no caso de sinistro, a empresa de desmontagem que fornecer as peças deve ser regularizada.
O seguro poderá ser oferecido para qualquer tipo de carro, inclusive para os novos, mas, a principal clientela serão os carros com mais de cinco anos de uso, cuja frota hoje gira em torno de 20 milhões de veículos no Brasil.
Nesse último caso, o consumidor deve ser avisado que o reparo do veículo não será feito com peças novas. Já quanto às garantias e coberturas do seguro popular, sua cobertura principal deverá compreender, no mínimo, a garantia de indenização por danos causados ao veículo por colisão.
No seguro auto tradicional, além dessa cobertura, existem coberturas obrigatórias para furto, incêndio e explosão. “Entretanto, é importante destacar que uma seguradora pode apresentar um produto de seguro auto popular com as mesmas coberturas do seguro auto tradicional; contudo, tanto a cobertura de furto, como a cobertura para incêndio e explosão serão facultativas”, afirma a Susep, em nota.
A Susep afirma que não foi feita uma pesquisa de mercado comprovando que a nova modalidade de seguro é interessante para as seguradoras. “Porém, a possibilidade de uso das peças provenientes de desmontagem é o barateamento do seguro, que cria uma nova possibilidade para os consumidores que podem optar por esse produto ou pelo tradicional”, explica.
De acordo com alguns corretores de seguro de Cosmópolis, as seguradoras ainda não começaram a trabalhar com o seguro popular. Segundo eles, há previsão que o serviço comece a ser oferecido no segundo semestre de 2016.
Um dos efeitos positivos esperado com a chegada do seguro popular é a ampliação desse mercado, ao atrair proprietários de carros mais antigos. Consequentemente, o roubo de carros com finalidade de desmanche ilegal pode diminuir.