Na sexta-feira (16), aconteceu, no Plenário da Câmara Municipal, a cerimônia de diplomação do Prefeito eleito, José Pivatto, do vice-prefeito, Silvio Baccarin, e também dos vereadores eleitos: Hiroshi, Zezinho da Farmácia, Élcio Amâncio, André Maqfran, Dr. Eugênio, Eliane Lacerda, Mestre Aldenis Mateus, Professora Cristiane Paes, Renato da Farmácia, Radialista Edson Leite, Rafael Piauí e Renato Trevenzolli.
A cerimônia, que faz parte da Legislação Eleitoral Brasileira, aconteceu com o plenário lotado, com a presença de parentes e amigos dos eleitos.
Para a Juíza Eleitoral de Cosmópolis, Maria Thereza Nogueira Pinto, o processo eleitoral em Cosmópolis transcorreu de maneira tranquila.
Em entrevista, a Juíza ressaltou que: “As eleições aqui em Cosmópolis transcorreram de uma forma bastante tranquila, apesar das dificuldades políticas, que nós vivemos no país. Eu tenho esperança que eles consigam fazer uma boa gestão. Eu acredito que eles foram a verdadeira escolha da população de Cosmópolis”.
Apesar de um pleito tranquilo, a disputa eleitoral na cidade foi bastante acirrada neste ano, contando com seis candidatos ao cargo de prefeito. Devido ao número grande de candidatos, diversas ações acabaram sendo levadas ao Tribunal.
Algumas delas, a própria Juíza local julgou; outras acabaram sendo levadas aos Tribunais Superiores.
Sobre essas disputas, a Juíza esclareceu que: “Isso faz parte do nosso cotidiano, do nosso dia a dia. De um modo geral, eu vejo isso de uma forma positiva. Todos procuram exercer os direitos e, quando eles são exercidos perante o Poder Judiciário, evidentemente que se pudéssemos resolver sem o Poder Judiciário seria melhor, mas, muitas vezes, isso não seria possível, então, nós temos que participar. Eu vejo tudo isso de uma forma muito democrática. Hoje, a população está mais próxima da administração. Ela tem participado mais das decisões. Eu acredito que a população está melhor informada. Então, com isso, ela vai poder participar mais e eles vão ter que representar melhor a população que os elegeu”.
Sobre a cerimônia de diplomação, dos candidatos eleitos, a Juíza também explicou o motivo de sua realização. “Esse ato é o ato no qual o Juiz confere ao candidato o título que permite que, no dia 1 de janeiro, ele tome posse das funções”.
Cada um dos eleitos foi chamado nominalmente e recebeu das mãos da Juíza o seu diploma.
Também participaram da cerimônia de entrega dos diplomas o Chefe do Cartório Eleitoral, Pedro Lucas Cabral, e o Delegado Titular de Cosmópolis, Dr. Fernando Fincatti Periolo.
O vice-prefeito eleito, Silvio Baccarin, que também foi diplomado, concedeu entrevista, dizendo sobre qual será a sua atuação no Governo.
Baccarin disse que “já estamos trabalhando na montagem da equipe, juntamente com o Prefeito Pivatto, para que possamos ter um pessoal comprometido, que vai realmente trabalhar forte e firme conosco. Fora também algumas medidas de início que teremos que tomar para poder fazer uma administração da melhor maneira possível.
O vice-prefeito eleito também falou sobre sua atuação nas secretarias de governo. Questionado se assumiria alguma delas, Baccarin respondeu que, ‘na verdade, eu vou atuar como vice-prefeito, mas também vou atuar na Secretaria de Governo e Comunicação, lembrando que não são cargos que acumulam salários. Isso é importante ressaltar. Vou para a secretaria, a pedido do Prefeito, até para contribuir e economizar”.
A atual administração, do Dr. Antonio Fernandes Neto, contou com o trabalho de dezessete secretarias.
Questionado sobre se haveria uma redução do número de secretários, Baccarin adiantou que: “já houve uma redução e os próprios secretários já estão orientados sobre uma redução de gastos, alguns outros benefícios também. Porque todo e qualquer valor que se economiza, para a administração de Cosmópolis, na situação que está nesse momento, vai ser importante”.
Após a cerimônia de diplomação, José Pivatto foi muito requisitado por diversas pessoas, que queriam registrar o momento ao lado do prefeito eleito.
Pivatto atendeu um grande número de pessoas e concedeu entrevista, falando sobre os planos para sua administração.
A entrevista foi concedida em uma das salas da administração da Câmara.
Gazeta de COSMÓPOLIS: Após oito anos, qual a sua expectativa nesse retorno à Prefeitura de Cosmópolis?
José Pivatto: ‘Para mim, é uma alegria muito grande a população ter me escolhido novamente. Isso significa que nós fizemos um bom trabalho e estamos tendo esse reconhecimento. Traz uma alegria muito grande e, ao mesmo tempo, traz uma responsabilidade ainda maior do que das outras vezes. Porque a população votou em nós numa expectativa de mudanças, tanto no Executivo quanto no Legislativo.
A cidade já passava, há dois, três ou quatro anos, por uma situação extremamente crítica. Eu acho que nunca a cidade passou por um momento tão difícil administrativamente. Não cabe aqui dizer os motivos, mas, a situação é extremamente difícil. E essa situação, infelizmente, foi agravada pela crise nacional, a crise econômica. Então, isso nos traz uma perspectiva, em termos financeiros, de arrecadação, para o próximo ano, muito difícil.
A Prefeitura, hoje, segundo nossas primeiras avaliações, tirando os convênios e as verbas vinculadas, não está arrecadando para pagar os funcionários. Pelo menos de fora e pelos dados que nós temos, é esse o quadro. Óbvio, torço que, ao assumir e fazer um levantamento mais preciso, não seja esse, mas, a perspectiva é essa.
Então, nós vivemos em uma perspectiva de quatro anos difíceis, mas, os primeiros dois anos muito críticos, muito difíceis.
Isso significa um governo de sacrifícios para os governantes, tanto no Executivo quanto no Legislativo. Um governo de cortes, um governo que vai ter que buscar alternativas para melhorar a qualidade de vida da população.
Então, nós vamos submeter a administração a toda essa austeridade administrativa para que esses sacrifícios sejam revertidos em uma qualidade melhor de vida para a população. Melhor conservação das vias, da cidade, melhor saúde, melhor educação, mais geração de emprego, enfim, todo sacrifício tem sempre como expectativa, lá na frente, um benefício maior.
Então, é esse o clima que nós assumimos. Mas, sempre com muito otimismo”.
Gazeta: Qual o quadro financeiro do município?
Pivatto: “A dívida do município, que era de R$ 61 milhões, em Dezembro do ano passado, em agosto deste ano, já era R$ 94 milhões. Então, subiu 50%.
Às vezes, as pessoas falam que isso não vai pagar. Não vai pagar, mas isso tem um custo. Paga-se parcelamento, paga-se juro, paga-se um monte de coisa. Além das dívidas de curto prazo, que não estão aí, ainda têm os precatórios deste ano, os fornecedores e todos aqueles que não estão recebendo. Sem contar os encargos sociais, FGTS, INSS e outros, que a administração pública não vem recolhendo.
Então, é um quadro difícil. Mas, mesmo assim, nós acreditamos que, com competência, seriedade, gastando cada centavo da Prefeitura Municipal de uma forma correta, de uma forma precisa, nós vamos melhorar a qualidade de vida da nossa população.
É o que eu sempre digo: Está muito ruim? Está. Terrível? Está. Então, vamos parar de piorar. Então, quando para de piorar, a gente começa a melhorar”.
Gazeta: Pivatto, muito se falou sobre eventuais processos que, em primeiro lugar, te impediriam de se candidatar e, depois, impediriam de tomar posse. Qual a sua situação legal?
Pivatto: “Eu estou bastante tranquilo. Eu estou em pleno gozo dos meus direitos políticos. Tanto é que fui candidato, fui eleito, estou sendo diplomado e vou tomar posse no dia primeiro de janeiro.
Então, a minha preocupação não é essa. A minha preocupação é com o município, com os seus problemas. Com aquilo que nossa população precisa, necessita, para melhorar a qualidade de vida. Essa é a minha preocupação”.
Gazeta: Como ficará a situação das secretarias dos municípios?
Pivatto: “O plano inicial: Nós temos hoje dezessete secretarias. Eu, o Baccarin e nossa equipe, definimos que, inicialmente, teremos treze secretarias sendo ocupadas. Não é que não são necessárias as outras secretarias, são necessárias. Porém, no momento de dificuldade, temos que economizar, evitar custos.
Gazeta: Quais os nomes que serão ocupantes dessas secretarias?
“Nós estamos preocupados, em um primeiro momento, com uma equipe de transição.
Nós elencamos alguns nomes nossos, que podem ser ou não, os secretários. Eles estão entrando em contato com a atual administração para obtermos o maior número de informações possíveis, para assumirmos o mandado. E, no finalzinho de dezembro, possivelmente 31 de dezembro, nós estaremos divulgando os novos secretários”.
Gazeta: Qual será a relação do Executivo com o Legislativo que está assumindo?
Pivatto: A expectativa é extremamente positiva. Conversei com todos os vereadores. Eles sabem das dificuldades que passa o município. E estão todos imbuídos do espírito de solidariedade e de unirmos forças para que a nossa cidade melhore.
A eleição acabou, a disputa acabou. Nós só teremos eleições daqui a quatro anos e, nesses quatro anos até lá, nós teremos que trabalhar para que a nossa população tenha qualidade de vida melhor”.
Gazeta: Quanto à Presidência da Câmara, existe alguma preferência, ou vai deixar nas mãos do Legislativo?
Pivatto: “Não tenho preferência nenhuma. Já fui claro com todos os doze vereadores, que não tenho veto e restrição a nenhum dos nomes dos doze vereadores.
Seja qual for o Presidente, eu quero ter uma relação cordial, democrática e tranquila com o Legislativo. E foi recíproco isso. Individualmente, cada um dos doze disse que tem a mesma pretensão.
Eu não tenho nenhum nome. Com aquele que eles escolherem, nós teremos uma excelente relação”.
Ao fim da entrevista, após quase dez minutos de conversa, Pivatto retornou ao plenário da Câmara, onde alguns simpatizantes ainda o aguardava para algumas fotos.