Valdirene da Silva foi mãe jovem e dedicou sua vida a cuidar de suas crianças, história de mais uma mãe brasileira
Em coração de mãe sempre cabe mais um, é isso que diz o ditado popular e traduz o sentimento de amor e acolhimentos que as mães trazem dentro da família.
Ser mãe não é uma tarefa fácil, já que é para elas que todas as responsabilidades são transferidas, desde o nascimento de uma criança. Amamentar, dar segurança, pensar no futuro e, na maioria das vezes, ainda cuidar de uma casa. Por fim, pode-se dizer que ser mãe é dar sustentação a uma família e, mesmo que muitas dessas famílias não contem com essa figura, sabemos da importância que ela tem.
Parece que todas as nossas mães nasceram com o dom de ser quem são. Valdirene da Silva Inocêncio, 37, assim como muitas, acredita que nasceu com o dom para ser mãe. “Sempre sonhei em ser mãe, acho que a maioria das mulheres tem esse desejo de ser mãe… Desde quando a menina nasce, já tem uma boneca na mão, o que desenvolve esse sentimento”.
Casada desde os 17 anos, Valdirene foi mãe [de coração], pela primeira vez, de três crianças que vieram juntamente com seu esposo, já operado. Entretanto, o desejo de gerar uma vida ainda estava nela. Após quatro anos, seu marido reverteu a operação e realizou o sonho da jovem, ser mãe novamente, agora de filhos gerados por ela. Mais três crianças… E, em 2013, ela foi mãe, novamente, com a adoção de mais uma criança. Ao todo, agora são sete filhos.
Valdirene conta que, no início, teve muita insegurança, principalmente, pela idade. “Tinha medo de não dar conta”. Mas, graças a experiência de ajudar a mãe com os irmãos, ela se saiu bem na primeira experiência. Ela conta que teve nove irmãos, sendo a mais velha e que ajudava a mãe na maioria das tarefas.
A família ficou grande, a mãe de sete filhos conta que, quando fazem almoço de família, faltam espaços para todos se sentarem. “Tive que comprar uma mesa de oito lugares e, mesmo assim, ainda não cabem todos”.
Agora, experiente, Valdirene conta que, para ser mãe, precisa cuidar, dar amor e muita atenção. “Às vezes, a criança só quer ser ouvida com um pouco de carinho”. Para ela, o amor supre tudo “porque, com ele, você vai saber o tempo certo de tudo, seja de dar carinho ou de corrigir, pois, corrigir também é muito necessário para a criança. Mas, tudo com amor. A pessoa recebe com amor e fica mais fácil”.
Detalhes fazem toda a diferença, um cartão, uma mensagem, um abraço e um “eu te amo” podem significar muito para o desenvolvimento de uma criança.
Porém, nem tudo é amor. Cuidar de vidas requer muita atenção, carinho e tempo. A palavra que, para muitas mães, existe somente na teoria, o tempo, quando se cuida de uma vida, passa a ser muito disputado. “É corrido, têm as reuniões de escolas, deveres de casa, adiantar o almoço, preparar a roupa para outra ir à escola, enfim. Tem que se desdobrar um pouco. Mas, os filhos maiores e meu marido também ajudam”. É assim que Valdirene divide seu tempo.
São tantas atividades que ocupam o cotidiano que quase não se vê os dias passarem. E logo os pequenos já estão andando e se tornam adultos que saem de casa para constituir as próprias vidas. Segundo Valdirene, “a parte mais difícil é quando eles deixam a casa para casar e ir morar fora. Quando a primeira casou, ela tinha tido uma bebê aqui em casa – isso foi muito doloroso, somos muitos apegadas. Eu chorava muito aqui e ela de lá”.
Mas, quando essa separação acontece, significa que o tempo passou e que a vida seguiu o rumo que deveria. “Sinto como um dever cumprido quando os vejo saindo de casa. Graças a Deus, até aqui, eu consegui e agora é com a força deles”.
Com insegurança e medo do futuro de seus filhos, Valdirene afirma que coloca Deus em primeiro lugar e, assim, acredita que tudo vai dar certo.
Pensando nesse tempo que se vai, Valdirene deixa um recado para as mães. “Acho que todas as mães devem aproveitar cada fase do filho, pois, passa muito rápido. Deve curtir, aproveitar e ter muito diálogo; o que mais está faltando hoje em dia é o diálogo entre as famílias”.