A viagem do navio The Simmonds, da Inglaterra para os Estados Unidos, transcorria normalmente. A bordo, estavam 80 colonos ingleses e 26 cristãos morávios, bem como os irmãos John e Charles Wesley. Os morávios (também conhecidos como alemães) praticavam uma forma simples e abnegada de cristianismo. Eles eram missionários ativos. John Wesley ficou impressionado com sua alegria radiante e devoção profunda. Não se ofendiam quando eram maltratados nem respondiam a qualquer palavra rude que lhes fosse dirigida.
No início da manhã de domingo, 25 de janeiro de 1736, John Wesley se uniu aos morávios em seu devocional. De repente, nas palavras do próprio Wesley, “o mar invadiu, quebrou a vela principal em pedaços e cobriu o navio, enquanto a água derramava entre o tombadilho, como se o grande abismo houvesse nos tragado. Gritos terríveis começaram entre os ingleses. Os alemães, com toda calma, continuaram cantando.
Depois que passou, perguntei a um deles: ‘Você não ficou com medo?’ Ele respondeu: ‘Graças a Deus, não’. Então indaguei: ‘Mas suas mulheres e crianças não ficaram com medo?’ Ao que ele explicou mansamente: ‘Não. Nossas mulheres e crianças não têm medo de morrer’”.
John Wesley, ministro ordenado e missionário anglicano, obteve sua formação ministerial em Oxford, onde foi cofundador, em 1729, do “Clube Santo”, que tinha o objetivo de vencer o pecado e crescer em santidade. No entanto, reconheceu que ainda lhe faltava a espiritualidade prática profunda dos morávios. Como eles tinham uma confiança tão forte em Deus a ponto de permanecer absolutamente calmos durante uma tempestade que ameaçava lhes tirar a vida? Esse acontecimento provocou mudanças significativas na vida espiritual e no ministério dele.
Qual é a profundidade das raízes de sua religião? Como você reage durante as tempestades que ameaçam destruir sua vida? De fato, “os que estão consagrados ao serviço do Mestre necessitam de uma experiência mais alta, profunda e ampla, que muitos nem sequer pensam ter. Muitas pessoas que já são membros da grande família de Deus pouco sabem do que quer dizer contemplar Sua glória e ser mudadas de glória em glória” (A Ciência do Bom Viver, p. 503). Enquanto trabalhamos para o Senhor, necessitamos aprofundar todos os dias nossa experiência pessoal com Ele. Somente assim seremos capazes de permanecer calmos e confiantes, na certeza de que Deus está segurando nossa mão tanto durante os dias ensolarados quanto em meio às tempestades.
Um dia Inesquecível!
Alberto Tim
Casa Publicadora Brasileira