Setembro Amarelo enfatiza a prevenção

Lema dessa campanha é “falar sobre o suicídio é a melhor solução”

Desde o ano de 2015, existe no Brasil um movimento anual em que as pessoas dão maior ênfase ao tema ‘Setembro Amarelo’. As ações ocorrem o ano todo e a ênfase é no mês de setembro porque, no dia 10, é comemorado o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. Trata-se do “Setembro Amarelo” que é uma campanha de prevenção que tem como intuito alertar a população para esse fenômeno que retira a vida de milhões de pessoas em todo o mundo e que pode ser evitado, especialmente por meio do apoio psicológico para esses que atentam contra a própria vida. O lema dessa campanha é “falar sobre o suicídio é a melhor solução”. O conhecimento muitas vezes é “liberta-dor”.

Maristela T. Lopes Ramos
Psicóloga
CRP 06/136159
Rua Santa Gertrudes, n°2063 – Bela Vista (19) 98171-8591

O suicídio é uma manifestação humana, uma forma, de algumas pessoas lidarem com o sofrimento, uma saída para quando a vida lhes parece insuportável. “Dói o corpo, dói o peito, dói a alma”, assim relatam algumas pessoas ao atribuírem a causa precipitante do seu ato suicida, quando afirmam que matar-se seria a única forma de livrarem-se da dor. Por muitas vezes, as tentativas de suicídio ganham um tom bastante pejorativo em nossa cultura, “chamar atenção”, que infelizmente é bastante frequente na fala das pessoas que estão próximas, inclusive por profissionais da saúde. O importante é evitar esse tipo de rotulação diante de qualquer tentativa de suicídio, posto não ser possível avaliar o grau de sofrimento de uma pessoa.
Nem sempre a pessoa fala abertamente que quer morrer ou se matar. Às vezes vem em forma de “não aguento mais essa vida”, “gostaria de dormir para sempre”, ou “dormir e não mais acordar”. A pessoa encontra-se em sofrimento psíquico e não consegue verbalizar o que a está fazendo sofrer. Muitas vezes, sente vergonha do problema, sente-se fracassada, ou até teme não ser compreendido ou invalidado o seu sofrer, como ouvir “isso não é nada”, “tudo passa”, “não pense assim”. Para as outras pessoas, os motivos de seu sofrimento podem realmente serem facilmente resolvidos ou encarados de outra maneira, mas, para essa pessoa não é dessa forma. Isso porque cada pessoa é única, e possui uma maneira de sentir o mundo e as coisas que acontecem de forma singular.

Como Identificar a Intencionalidade Suicida (O importante é aumentar percepção)
– Comunicação prévia – a pessoa dá indícios e até verbaliza em algum momento.
– Mensagem de adeus – começam a escrever bilhetes ou cartas de despedidas.
– Providências finais – testamentos.
– Planejamento detalhado – pesquisam métodos.
– Ausência de pessoas/ ajuda – verificam horários e lugares que possam estar sozinhos.
Sinais de Alto Risco
– História de tentativa suicida anterior
– Histórico Familiar
– Transtornos psicológicos existentes (depressão)
– Grau de letalidade do método utilizado nas tentativas
– Controle deficiente de impulsos (pessoas impulsivas)
– Uso de álcool e drogas
– Pessoas sem apoio familiar ou social
– Recente perturbação familiar
– Acontecimentos estressantes (perda, luto, dívidas, separações)

Tratamento
– Busca de profissionais médicos ou psicólogo
– Avaliação de ideação suicida
– Conhecimento do histórico familiar e condições genéticas
– Avaliação da presença de transtornos mentais
– Verificação a atuais situações humilhantes recentes
– Em caso de alto risco de suicídio, a hospitalização é indicada
– Ambiente seguro (limitar acesso a armas, remover objetos como medicamentos, material cortante, lençóis, etc.)
– Psicoterapia e farmacoterapia
– O tratamento também deve ser estendido a familiares.