Setor Técnico do Vara da Infância e Juventude de Cosmópolis explana sobre o cenário da adoção

Em Cosmópolis, a média é de uma adoção por ano. Famílias esperam até sete anos por uma criança de 3 a 7 anos de idade

“É importante frisar que nem todas as crianças acolhidas irão para a adoção”

Dia 25 de maio é a data em que é comemorado o Dia Nacional da Adoção. No Brasil, há aproximadamente 5.500 crianças disponíveis para adoção e mais de 32 mil cadastros de casais ou pessoas solteiras interessadas em adotar (dados do Cadastro Nacional de Adoção). São Paulo é o Estado com números mais elevados – em torno de 1.300 crianças e 8.000 pretendentes – e onde o processo de adoção costuma ser mais rápido, em média, um ano.

Cosmópolis
As responsáveis pelo Setor Técnico do Vara da Infância e Juventude de Cosmópolis, Assistente Social Maria da Glória Sidericoudes Pedrozo e Psicóloga Renata de Souza Felgueira Loureiro, explicam como funciona o processo de adoção.
“O processo de adoção é composto por algumas etapas, sendo que o primeiro passo, para quem quer adotar, é procurar o Setor Técnico (assistente social e psicóloga) do Fórum da sua cidade, deixando seu nome e telefone para participar de um curso preparatório – uma exigência legal, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, afirmam.

Como funciona?
Vale lembrar que, em Cosmópolis, esses cursos são realizados duas vezes no ano e o programa pretende oferecer aos postulantes o efetivo conhecimento sobre a adoção, tanto do ponto de vista jurídico quanto psicossocial; fornecer informações que possam ajudá-los a decidir com mais segurança sobre a adoção; preparar para superar possíveis dificuldades que possam haver durante a convivência inicial com a criança/adolescente; orientar e estimular a adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos.
Ainda de acordo com as profissionais, “depois de realizado o curso preparatório, juntamente com a documentação exigida, inicia-se o processo de habilitação, sempre na comarca/cidade onde o pretendente reside.
A idade mínima para se habilitar à adoção é de 18 anos, independentemente do estado civil. Respeitando os critérios etários acima, todos podem adotar: pessoas solteiras, viúvas ou que vivem em união estável, além de casais homoafetivos, não existindo uma renda familiar mínima”, orientam.

Processo
“Essa documentação passa pela avaliação do Ministério Público e do Juiz, que determinará uma avaliação psicológica e social dos postulantes à adoção, que será realizada pela equipe técnica do Poder Judiciário. Nessa fase, objetiva-se conhecer as motivações e expectativas dos candidatos à adoção; analisar a realidade sociofamiliar; avaliar, por meio de uma criteriosa análise, se o postulante à adoção pode vir a receber criança/adolescente, bem como orientar os postulantes sobre o processo adotivo. Com o parecer técnico positivo para o ingresso dos postulantes ao cadastro, os respectivos relatórios são novamente apreciados pelo promotor e pelo juiz, que deferirá a inserção dos pretendentes no sistema para todo o Brasil, ou seja, o cadastro de adoção é nacional”, pontua Maria da Glória.

Cenário de Cosmópolis
“Em Cosmópolis, tem ocorrido, em média, uma adoção por ano. No entanto, o tempo de espera dos pretendentes na fila de adoção muda de acordo com as características que o próprio pretendente coloca em relação a criança almejada.
Aqueles que colocam no perfil uma criança recém-nascida até 03 anos esperam por 07 anos aproximadamente. Importante explicar que há duas maneiras para uma criança ser encaminhada para adoção: a primeira quando a genitora faz a entrega voluntária do recém-nascido; e a segunda quando a criança foi destituída do poder familiar. No segundo caso, geralmente, as crianças passam por um período de acolhimento institucional, quando são esgotadas todas as possibilidades de retorno à família biológica. Assim, é importante frisar que nem todas as crianças acolhidas irão para a adoção”, explanam juntas.

Mensagem final
“Por fim, para as pessoas que estão a espera de um filho adotivo (já cadastradas ou não), orientamos que aproveitem esse período de gestação simbólica para se prepararem para as mudanças que a chegada de um filho traz para toda família. Há muitos livros e filmes sobre o assunto que podem inspirar e auxiliar nesse período. Também incentivamos e salientamos a importância da participação no grupo de apoio que acontece na nossa cidade, onde é possível trocar experiências com pessoas que já adotaram ou que estão aguardando para aumentar a família por amor”, finalizam.