Os pacientes diagnosticados com esclerose múltipla vão passar a receber um novo tratamento, no Sistema Único de Saúde (SUS), o medicamento teriflunomida, informou o Ministério da Saúde na quarta-feira (31). O remédio, que vai atender pelo menos 12 mil pacientes já atendidos em rede pública, tem previsão de chegada em até seis meses.
Segundo o órgão, o novo medicamento reduzirá os riscos ao paciente, além de diminuir os surtos e a progressão da doença. Outra novidade é que o remédio é considerado na primeira linha de cuidado, por via oral.
Atualmente, o SUS oferece seis medicamentos para o tratamento da doença: betainterferona (1a injetável e 1b injetável); fingolimode 0,5mg; glatiramer 20 mg injetável; natalizumabe 300 mg; azatioprina 50mg e o metilprednisolona 500mg. Os medicamentos betainterferona e glatiramer são os medicamentos de primeira escolha, que oferecem menores riscos aos pacientes durante o tratamento.
Esclerose Múltipla
A esclerose múltipla é uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico ataca o próprio sistema nervoso central, prejudicando a comunicação entre neurônios e acarretando na perda de agilidade dos movimentos e até de outras funções neurológicas, como a visão.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença afeta adultos na faixa de 18 a 55 anos de idade, tendo uma taxa de prevalência de 15 casos por cada 100.000 habitantes.
A doença, que se manifesta na maior parte das vezes, por sustos ou ataques agudos, podendo ser aliviada com o uso de corticosteróides ou até mesmo de forma espontânea.
Existem quatro formas de evolução clínica: remitente-recorrente (EM-RR), primariamente progressiva (EM-PP), primeiramente progressiva com surto (EM-PP com surto) e secundariamente progressiva (EM-SP). Sendo que a forma mais comum é a EM-RR, representando 85% de todos os casos.
Os sintomas mais comuns são neurite óptica, paresia ou parestesia de membros (refere-se às sensações cutâneas como formigamento, pressão, frio ou queimação), disfunções da coordenação e equilíbrio, mielites, disfunções esfincterianas e disfunções cognitivo-comportamentais, de forma isolada ou em combinação. Recomenda-se atentar para os sintomas cognitivos como manifestação de surto da doença, que atualmente vem ganhando relevância neste sentido.
O SUS oferece ainda 277 hospitais habilitados com Unidade de Assistência ou Centro de Referência de Alta Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia.