Muitos casais que sonham em ter filhos têm preferência por menino ou menina, e idealizam tudo para que o bebê nasça com o sexo que eles imaginaram. Porém, muitas vezes, isso não acontece, e, como todos dizem, “o importante é que venha com saúde”. Contudo, há uma boa notícia para os futuros papais: eles podem tentar aumentar as chances do bebê nascer com seu sexo de preferência.
Quem faz essa afirmação é o Ginecologista Dr. Cláudio Dantas, que explica todo o processo de definição do sexo do bebê, e os mitos e verdades sobre ele.
GAZETA de COSMÓPOLIS: Como ocorre, dentro do organismo, a definição do sexo do bebê?
DR. CLÁUDIO: A definição do sexo fetal é determinada pelo espermatozóide, que pode carregar o cromossomo X (feminino) ou Y (masculino). O óvulo sempre carrega o cromossomo X (feminino). Então, se a fecundação acontecer entre um espermatozoide com cromossomo X com óvulo que sempre carrega cromossomo X, nascerá uma menina. Se ocorrer entre um espermatozoide com cromossomo Y e óvulo que sempre carrega X, será homem. Ou seja, quem determina o sexo fetal é o homem, dependendo do cromossomo sexual do espermatozoide. A fecundação ocorre na trompa, com a relação sexual que ocorre no período fértil da mulher, aproximadamente no 14° dia do ciclo menstrual, contando do 1° dia da menstruação. Após a fecundação, forma-se o ovo embrionário, que caminha pela trompa até chegar à cavidade uterina e lá ocorrer a implantação, onde ocorrerá o desenvolvimento do embrião.
GAZETA de COSMÓPOLIS: Quais são as características do espermatozoide do sexo feminino e o do sexo masculino?
DR. CLÁUDIO: Segundo estudos em laboratório, os espermatozoides que carrregam cromossomo Y, que gerarão bebês do sexo masculino, são menores, mais rápidos e menos resistentes (vivem menos) do que os que carregam o cromossomo X, que gerarão bebês do sexo feminino. Estes são maiores, com movimentação um pouco mais lenta, vivem mais e são mais resistentes.
GAZETA de COSMÓPOLIS: Existem alguns ‘macetes’ que podem ajudar o casal a gerar um filho com o sexo de sua preferência: quais são eles?
DR. CLÁUDIO: a) Ambiente da vagina: ácido ou neutro.
Os estudos em laboratório mostram que a vagina mais ácida favorece o espermatozoide que carrega o cromossomo X (feminino); então, ducha vaginal com substâncias que acidificam a vagina trariam maior chance de um bebê do sexo feminino, enquanto a alcalinização do meio vaginal aumentaria a chance de um bebê do sexo masculino, pois favorece o espermatozoide com cromossomo Y.
b) Durante a relação sexual: orgasmo feminino
Esses mesmos estudos relatam que a relação sexual com orgasmo feminino aumenta a probabilidade de bebê do sexo masculino e que, sem orgasmo, bebê do sexo feminino.
c) Período de ovulação da mulher
Isso é aceito devido ao fato do espermatozoide que carrega o cromossomo X ser mais resistente. Então, na relação que ocorre antes, mais distante da ovulação, teria maior probabilidade de sobreviver até o dia da ovulação. Já na relação que ocorre no dia da ovulação, favoreceria o espermatozoide que leva o cromossomo Y (masculino), pois este é mais rápido, menor e ágil, tendo chance de chegar mais rápido até a trompa e fecundar o óvulo.
d) Posição sexual
Parece existir maior possibilidade de fecundar um bebê do sexo masculino quando a penetração do pênis é mais profunda, pois isso facilita para os espermatozoides que carregam o cromossomo Y (masculino), que são mais rápidos, porém, menos resistentes, encurtando o trajeto destes até a trompa.
Existem poucos estudos a respeito dessas afirmações e os resultados são controversos, sendo que alguns estudos mostram uma relação favorável das medidas acima com o resultado do sexo fetal. Como não existem efeitos colaterais em relação às medidas acima, nada impede que os casais motivados tentem aumentar a chance de determinado sexo fetal utilizando essas dicas.
GAZETA de COSMÓPOLIS: Existe uma forma de garantir 100% o sexo da criança? Qual é ela? É segura?
DR. CLÁUDIO: A única forma de se determinar o sexo fetal com precisão é através da fertilização in vitro (FIV) com determinação prévia do cariótipo do espermatozóide e/ou do embrião, e implantando embriões do sexo masculino ou feminino. Porém, não é permitida escolha de sexo fetal nos casos de fertilização in vitro, salvos os casos de doença cromossômica ligada ao cromossomo sexual, como a hemofilia, por exemplo, em que, pelo risco de transmissão de uma doença ligada ao cromossomo sexual, é possível determinar o sexo para impedir a manifestação ou transmissão da doença.