Temperatura agrava casos de dengue na região

Junto de temperaturas mais altas chega também um dos problemas comuns do verão, que são os surtos de dengue criados pelo famoso mosquito Aedes Aegypti. O mosquito que, por sua vez, possui aparência menor que a de um pernilongo, é escura rajada de branco, costuma picar durante o dia, principalmente, no início da manhã e fim da tarde.

Segundo a Vigilância Epidemiológica, em Cosmópolis, os dados de 2015, até o momento, são de 9 casos de dengue de pessoas que contraíram a doença aqui, sem terem saído da cidade para nenhum outro lugar. E outros 3 casos confirmados são de doenças importadas, em geral, de pessoas que estavam na região, como as cidades de Campinas, Sumaré e pela equação realizada desde o início dos sintomas desses pacientes, a doença não foi adquirida no município. Logo, o total de casos confirmados na cidade é de 12 doentes.

Porém, existe a possibilidade de casos não registrados quando os pacientes são atendidos em convênios particulares, além de inúmeros casos que apresentam todas as suspeitas, porém, não é confirmada a doença. Entre as cidades vizinhas com problemas no surto de casos, a cidade de Limeira foi destaque no Jornal Nacional, transmitido pela Rede Globo, com uma assustadora epidemia que deixou a cidade em estado de emergência e vem assustando os moradores desde o fim do ano de 2014.

Edimar Lopes de Almeida, Supervisor da  Unidade de Zoonoses de Cosmópolis

Edimar Lopes de Almeida, Supervisor da Unidade de Zoonoses de Cosmópolis

O supervisor da Unidade de Zoonoses da cidade de Cosmópolis, Edimar Lopes de Almeida, conta que a época preocupa devido as altas temperaturas. “Além de tudo, o que me preocupa é o seguinte: está sendo levantada muito aquela questão de que há grandes criadouros, como terrenos, carros velhos, piscinas abandonadas que realmente não deixam de ser fatores importantes, mas, é muito importante lembrar que os maiores criadouros, os criadouros mais importantes e que dão manutenção à transmissão, são as residências. Dizer que os criadouros estão nas ruas é errôneo quando, os que têm maior importância comprovada de transmissão estão nas residências, habitadas inclusive, as desabitadas não dão tanta manutenção para a doença quanto as residências, por incrível que pareça”.

A velocidade com que esses mosquitos se manifestam é alta, além do fato de que eles podem sobreviver em qualquer ambiente, até próximos aos polos eles são existentes – o que vai determinar sua alta infestação, sua alta infecção é a temperatura. A temperatura tem total influência e, acima de 23°, é onde o Aedes Aegypti tem maior adaptação, tanto para causar epidemia, quanto para sua infestação.

Edimar declara: “É besteira falar que ar condicionado evita que o mosquito apareça, pois, às vezes, o ar fica ligado entre 20°e 21°, mas, a sensação térmica da sala onde se encontram mais pessoas é maior e, a partir de 23°, o mosquito consegue se manifestar; em temperaturas mais baixas, o máximo que vai acontecer é ele ficar quietinho. A temperatura determina muito o fator da proliferação do mosquito”.

Em situações comuns como as temperaturas citadas, quando uma fêmea bota os ovos, é certo que dentro de dez dias já teremos mosquitos adultos e, esporadicamente, pode acontecer de, em apenas 8 dias, já possuirmos mosquitos adultos. Outro fator que determina muito é a quantidade de ovos que a fêmea botou, além da temperatura, a quantidade de recipientes que existe no local, entre outros. O mosquito da dengue deposita em vários locais suas larvas e isso é uma característica comum desse mosquito. Locais arborizados e que possuem muitas plantas atraem muito o mosquito.

Existem três classificações da dengue: existe a dengue leve, dengue grave e síndrome do shock por dengue. A dengue é uma doença que provoca hemorragia, é um vírus que destrói os vasos capilares e, de uma maneira básica, é como se ele furasse os pequenos vasos sanguíneos. Consequentemente, é por isso que se dão as manchas vermelhas na pele como um dos sintomas da doença. A dengue mata, porém, o que vai determinar isso é o tipo da dengue contraída e como essa pessoa está sendo tratada.

O supervisor de Zoonoses de Cosmópolis garante que o programa para a cidade é contínuo. “Mesmo no inverno, as equipes fazem casa a casa. Isso é feito durante o ano inteiro. Inclusive, a Zoonoses da cidade irá realizar um trabalho independente de apoios e que, provavelmente, terá início no mês de Setembro, que consiste em monitorar o município. É em longo prazo, com armadilhas artesanais na tentativa de monitorar a proliferação desses insetos. Estamos fazendo também o trabalho de advertir com auto de infração as residências através da lei”.