Temporada de raios exige cuidados e precauções. Veja detalhes com profissionais

Ana Ávila atua como Pesquisadora no CEPAGRI e explica sobre este período

O mês de janeiro tem sequentes chuvas e traz com ele uma temporada de raios. Ana Maria Heuminski de Avila, carinhosamente conhecida como Ana Ávila, atua como Pesquisadora no Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas em Agricultura (CEPAGRI) da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e explica sobre essa temporada e que os raios acontecem em nuvens de tempestades denominadas de cumulonimbus (CB).


“Só recebem esse nome quando atingem o solo, mas podem ocorrer de nuvem para nuvem e são chamados de relâmpagos. Se formam no atrito entre as moléculas e átomos dentro da nuvem, gerando cargas elétricas. A corrente elétrica de um raio pode alcançar 20 mil amperes – o que corresponde a mil chuveiros elétricos. As cargas elétricas de sinal contrário (positivas e negativas) se atraem. Quando essas cargas se encontram, geram um clarão e o deslocamento dessas cargas é muito rápido, gerando um estrondo, devido ao deslocamento do ar”, pontuou ela que completou. “A velocidade da luz (300 000 000 m/s) é muito superior a velocidade do som (343 m/s), então, vemos o clarão antes do estrondo. Quando os dois ocorrem simultaneamente é porque o temporal está muito próximo.
As nuvens de tempestades ocorrem mais comumente no verão, pois, 50% das chuvas ocorrem entre os meses de dezembro e fevereiro. Sendo assim, é a época de maior incidência de raios. As altas temperaturas são propícias a formação de nuvens CB que atingem grandes desenvolvimentos na atmosfera, podendo atingir 10-12km”.

Como se prevenir
Reginaldo André Risonho é Coordenador da Defesa Civil de Cosmópolis e alerta para alguns cuidados imprescindíveis nesta época do ano, principalmente, em dias de tempestade.

“Para quem mora em prédios, exija que a administração do seu prédio instale e faça boa manutenção do sistema de para-raios. Orientação para todos: fiquem longe de árvores, postes ou linhas de energia elétrica, pois podem atrair e conduzir raios”.
Reginaldo também alertou para as proteções domésticas. “Mantenha-se longe de estruturas metálicas, como varais e trillhos e não segure objetos pontiagudos ou de metal. Dentro de casa, evite a proximidade com canos, janelas e portas metálicas e nunca utilize o telefone ou outros aparelhos que estejam ligados a tomadas.
É importante: saiba que os para-raios não protegem aparelhos eletrônicos, portanto, é melhor desligá-los das tomadas durante as fortes tempestades. Durante as tempestades, nunca permaneça na água do mar, em lagos, represas, piscinas, locais altos ou campos abertos e quadras. Abrigue-se em edificações, prédios e rodoviária”.

Temor
Maria Fernanda Pinheiro é Secretária e diz que as tempestades sempre lhe causam temor. “Sempre tive medo e já ouvi muitas histórias com acidentes envolvendo raios. Toda vez que o ‘tempo se forma’, tiro tudo da tomada e não saio de casa. Se não estou lá, oriento meus filhos a fazer. Todo cuidado é pouco. Em casa, em hora de chuva, ninguém anda descalço, vai pro chuveiro ou fica olhando no espelho porque eu não deixo!”.