Doença vem atingindo cada vez mais a camada mais jovem da população, principalmente em decorrência do uso de celulares ou videogames
A tendinite é a inflamação do tendão, uma estrutura fibrosa, como uma corda, que une o músculo ao osso. A inflamação se caracteriza pela presença de dor e edema do tendão e pode acontecer em qualquer parte do corpo, mas é mais comum no ombro, cotovelo, punho, joelho e tornozelo.
O tendão não é tão forte quanto o osso e nem tão elástico quanto o músculo, portanto, no caso de sobrecarga, é a estrutura que, geralmente, mais sofre.
Fatores de risco
– Falta de alongamento muscular: acaba sobrecarregando o tendão.
– Postura inadequada.
– Movimentos repetitivos, principalmente no uso de computadores, “tablets” ou celulares: acarretam a fadiga dos tendões
– Idade do paciente: com o passar dos anos, a circulação sanguínea para o tendão fica deficiente
– Estresse: ocasionam contraturas musculares e fadiga, prejudicando os tendões
– Atividades esportivas em excesso ou com técnica/ material inadequados
– Doenças autoimunes: onde as células de defesa do nosso corpo reconhecem os tendões como inimigos por engano e começam a atacá-los.
A doença vem atingindo cada vez mais a camada mais jovem da população, principalmente em decorrência do uso de celulares ou videogames. Em que âmbitos da vida de um jovem essa doença pode prejudicar?
A cada dia que passa, os smartphones se tornam itens cada vez mais inseparáveis dos usuários. Mas, como já dizia o velho ditado que “tudo em excesso faz mal”, com os celulares não é diferente. O uso excessivo desses gadgets pode fazer o usuário ficar com dores musculares nas costas e no pescoço, além de tendinite em mãos e punhos.
O uso intenso dos polegares para digitar as mensagens no aparelho pode gerar um tipo de tendinite chamada de “Tenossinovite de Quervain”. O incômodo afeta, principalmente, a base do dedo polegar e também a lateral do punho. Crianças e adolescentes estão sendo as principais vítimas dessa patologia devido ao uso excessivo de celulares e videogames.
Quais são os estágios da doença?
A tendinite pode ser classificada em aguda ou crônica. São consideradas agudas quando o período de instalação até a melhora do quadro não ultrapassa 45 dias. Após esse período, são consideradas crônicas e de tratamento mais trabalhoso. Os sintomas mais comuns são: Presença de dor no local, irradiação para toda musculatura ao redor, espasmos de proteção e fadiga com sensação de peso.
Dor que piora com o movimento e pode acarretar diminuição da força e, em casos de longa duração, causar atrofia da musculatura. Em muitos casos, notamos edema local e presença de calor e/ou vermelhidão.
Possui tratamento? Como funciona?
Quais são os cuidados a se tomar após o tratamento?
A tendinite é geralmente diagnosticada por meio da história que o paciente conta ao médico e pelo exame físico. O médico buscará por sinais de dor e sensibilidade nos locais indicados pelo paciente. Existem testes físicos específicos para cada tipo de tendão.
Pode ser, no entanto, que o médico solicite algum exame de imagem que julgar apropriado para certificar-se do diagnóstico, avaliar o grau de inflamação e, também, para eliminar outras possíveis causas de dor.
O tratamento é dividido em:
Medidas para aliviar a dor:
– Repouso do tendão afetado (tipoia para o ombro, tala para o punho, etc). O tempo de repouso deve ser determinado pelo médico – períodos de repouso prolongados podem acarretar aderências e atrofia muscular e são prejudiciais.
– Aplicação cuidadosa de gelo para diminuir a inflamação;
– Eventuais medicamentos anti-inflamatórios prescritos pelo seu médico;
– Acupuntura;
– Fisioterapia para analgesia (ultrassom, laser, massagem miofacial, entre outras).
Mas, atenção: apesar de repouso ser uma das medidas mais recomendadas por médicos, passar muito tempo sem exercitar o local de inflamação pode agravar a tendinite. Por isso, é importante manter o repouso no início do tratamento, mas, depois, procure acrescentar alguns exercícios leves à sua rotina para alongar e fortalecer o músculo.
Sem o tratamento adequado, a tendinite pode levar a problemas mais graves, como a ruptura no tendão, que pode exigir uma cirurgia para reparação dos danos. Pode resultar, também, em outras lesões e na recorrência de tendinite.
Medidas para evitar que a dor volte
– Correções da postura e melhoria da ergonomia no trabalho;
– Alongamento dos músculos envolvidos;
– Fortalecimento muscular;
– Respeitar o aviso da dor;
– Mudanças de hábitos – adotar pausas durante o trabalho.
Estudantes correm risco de adquirir a doença? Quais as dicas que você pode estar acrescentando para evitar o problema?
Há algum exercício ou alongamento que possa ser feito no dia a dia?
Devemos proteger nossas crianças e estudantes dos vícios na utilização de celulares e computadores, estimulando atividades que movimentem o corpo e os músculos. Cada vez mais, notamos em nosso consultório a obesidade infantil e doenças relacionadas ao sedentarismo e aos movimentos repetitivos. Doenças que eram exclusivas dos adultos e trabalhadores braçais.
Como prevenir as tendinites?
No trabalho:
– Evite passar muito tempo na mesma posição;
– Realize alongamentos musculares e mobilizações articulares nos punhos, antebraços, braços, ombros e pescoço;
– Levante-se frequentemente da cadeira para descansar a coluna e movimentar as pernas;
– Procure cadeiras que ofereçam encosto com apoio correto para o tronco;
– Procure cadeiras que oferecem apoios para os braços;
No dia a dia:
Ao sentar, deixe os pés apoiados no chão, joelhos com ângulo de 90 graus, quadril bem apoiado na cadeira e apoio para as costas e braços adequados à altura da pessoa.
– Realizar exercícios físicos regularmente ajuda a manter o corpo resistente e forte para suportar as posições de trabalho mais prejudiciais ao corpo e evitar lesões sérias que possam comprometer a qualidade do trabalho e a saúde do trabalhador.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento ou tratamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.