Os animais de estimação estão cada vez mais inseridos no ambiente familiar, e, em muitas famílias cosmopolenses, já são tratados como verdadeiros membros da família.
Independentemente se a criança for criada com um pet desde o nascimento, algumas na idade de 3 a 5 anos pedem um bichinho aos pais, que ficam com dó e acabam cedendo ao desejo do filho. Contudo, há alguns cuidados que os pais devem ter na hora de comprar ou adotar um pet.
O Pediatra Dr. André Arruda aponta que é comprovado que o convívio das crianças com animais de estimação traz muitos benefícios e pode realmente estimular as crianças em vários sentidos. “Ela passa a adquirir o sentimento de reforçabilidade, aprende a cuidar de um animal de estimação; a situação gera sentimentos positivos e frustrantes, ao ver que o animal não obedece os comandos que a criança acha que é capaz de dar; ensina até mesmo a lidar com a perda, quando esse animalzinho vai embora. Traz inúmeros benefícios ao desenvolvimento infantil”, completa.
O especialista informa que, entre 3 e 4 anos de idade, a criança já pode assumir pequenas responsabilidades pelo animalzinho. “Ela será responsável por brincar com ele, ou por levá-lo para passear acompanhada de um adulto; à medida que ela vai ficando mais velha, já pode se responsabilizar por alimentar o animalzinho e acompanhá-lo às consultas ao veterinário, ou ainda levá-lo ao banho e tosa”, indica ele.
Ao escolher o pet, os pais devem levar em consideração os antecedentes respiratórios dos filhos. “Para crianças que têm graves problemas alérgicos, não é recomendado que tenha animais de pelos em casa, como gatos, cachorros e coelhos. Se esse animal já existir na casa, e ela desenvolver a alergia com o passar do tempo, pede-se para que o animal evite passar pelas áreas muito próprias da criança, como, por exemplo, o quarto ou o sofá que ela goste de ficar”, aconselha o profissional.
Além disso, a limpeza da casa com pano úmido é muito indicada também, no caso de quem tem animais peludos circulando pela casa. Mesmo assim, o Pediatra não recomenda ter esses animais. “Os pais podem optar por terem tartarugas, peixes, passarinhos, que não irão prejudicar a saúde respiratória da criança”, indica ele.
Dr. André afirma que crianças com deficiência mental, autismo, déficit de atenção e hiperativas desenvolvem seu aspecto cognitivo de forma mais acentuada quando elas têm um animal de estimação, comparando com outras crianças que não têm. “O hospital Albert Einstein, em São Paulo, têm um programa para pacientes adultos com doenças graves, como câncer. Se o paciente tiver o aval de seu clínico, seu animal de estimação poderá ir até o hospital. A terapia com animais para pacientes com doenças de ordem comportamental, como a depressão, já é comprovadamente eficaz”, observa.
Portanto, uma criança acamada, adoentada, tendo carinho do seu animal, pode ter inúmeros resultados positivos. “Mesmo assim, temos de ter em mente que, ao ter um animal, devemos obedecer critérios básicos: por exemplo, escolher um animal que esteja adaptado ao ambiente e que tenha porte para o local; zelar pela saúde dele; e manter sua higiene. Caso a criança com problemas respiratórios realmente queira um cachorro, por exemplo, deve-se buscar por um de pelagem mais curta”, esclarece o especialista.
Outra vantagem é que a criança que convive com animais de estimação torna-se mais dócil e sociável, além de que o pet serve de companhia, como um amigo. “Para pais que ficam ausentes por causa do trabalho, o animal diminui essa sensação de ausência, além de melhorar o aspecto cognitivo de crianças que tenham transtorno mental, ou de adolescentes que têm quadros depressivos, autismo e síndromes genéticas”, finaliza o Pediatra.