Todos podemos fazer o bem

Refletindo as leituras desta semana, de Nm 11,25-29, de Tg 5,1-6 e do Evangelho de Marcos 9,38-43.45.47-48, entendemos que, no caminho para Jerusalém, Jesus continua Sua catequese para os apóstolos e seguidores mediante alguns ensinamentos práticos e são apresentadas duas orientações importantes para vivência cristã: “que ninguém tem o monopólio do bem; e que o escândalo deve ser evitado”.
Em nome de todos os discípulos, João informa Jesus de que proibiram alguém de fazer o bem por este não ser parte do grupo. O Mestre intervém e mostra que ninguém tem o monopólio de sua mensagem, os cristãos são chamados a ser tolerantes e compreensivos, reconhecendo que não são os únicos que dão testemunho do evangelho. Oxalá, diz Moisés no texto de Nm 11,25-29, se todo povo fosse profeta.
Os que fazem o bem não podem ser vistos como adversários ou inimigos, mas como irmãos, e parceiros, ainda que não pertençam ao nosso grupo religioso.
Qualquer gesto de solidariedade tem seu valor, venha de onde vier e por pequeno que seja, como um copo de água, uma esmola, um acolhimento…
Jesus chama atenção para o perigo do escândalo. Escandalizar significa ser obstáculo na vida dos pequenos que creem. É como uma pedra colocada no caminho de alguém, para que, tropeçando, a pessoa caia. Depois de ter ensinado que o bem pode vir de fora da comunidade, o Mestre alerta para o fato de que, do interior dela, podem vir maus exemplos e traições.
O evangelista fala de três membros que podem ser motivo de escândalo: a mão que concentra em si, quando deveria partilhar; ao pé, que leva ao mau caminho, quando deveria levar ao encontro do outro; o olho que vê o outro como objeto (de exploração), quando deveria vê-lo como parceiro e irmão – ou seja, a causa do mal – eliminar o obstáculo que impede a entrada do Reino.
A Igreja necessita estar aberta ao mundo, não se fechar em si mesma, mas reconhecer outras realidades edificantes na sociedade. Jesus rejeita as atitudes sectárias e excludentes e convida Seus seguidores para a abertura e a inclusão. Libertar o ser humano daquilo que o escraviza e degrada é tarefa de toda a sociedade.

Patricia Alves
Secretaria Paroquial da Par. Nossa Senhora Aparecida