Trabalhador dedica 60 anos somente a uma empresa

Com cerca de 60 anos trabalhando em uma única empresa, onde conseguiu seu primeiro emprego, o pintor Antonio Cazella afirma que vai ‘descansar’.
Apesar de ainda estar em seus últimos meses de trabalho, ele conta que já sente saudades dos amigos, já que adorava trabalhar onde sempre foi respeitado por todas as áreas.
Tudo começou em 1952, quando Antonio se mudou com seus pais para a Usina Ester, na seção, colônia, antigamente chamada de Granja. Com 10 anos na época, lá começou a ver o que era o trabalho.
Iniciando na lavoura com 14 anos, com o primeiro registro em 1957, o primeiro trabalho foi roçar o pasto. “Recordo como se fosse hoje meu primeiro dia de trabalho, que foi roçar pasto. Lembro que fazia um frio danado, fiquei molhado do joelho para baixo”. Com o tempo, foi desenvolvendo outras funções. Ele afirma que já fez “todo o serviço que se pode fazer na lavoura”.
Em 1965, Antonio foi trabalhar dentro da indústria, como servente de pedreiro, na construção da nova moenda. Lá, ficou até outubro de 1966, e então voltou para a roça novamente. Trabalhou nestes serviços até meados de 1969.
Depois, voltou a trabalhar como servente de pedreiro nos períodos de safra. “Eu expliquei que gostaria de ficar dentro da fábrica, independente do serviço”. Foi então que Antonio trabalhou como servente de pedreiro até o ano de 1979, quando a empresa ofereceu um serviço de pintor, no qual ele ficou até hoje. “Conhecia tudo dentro da Usina, não queria voltar na roça”.
O pintor conta que pediu para continuar trabalhando quando chegou seu tempo de aposentadoria. Ele conta que aposentou e continuou trabalhando por mais 24 anos. “Eu tinha 50 anos na época. Achei que era muito jovem, não sabia ficar parado. Então resolvi continuar trabalhando”.
Desde então, o ritmo de trabalho foi sempre o mesmo, pintando todos os lugares da fábrica, desde alturas quanto lugares apertados. “Nunca tive preguiça para nada”, conta Antonio.
Hoje, com 35 anos de trabalho registrado, mais 24 anos de trabalho após aposentadoria, Antonio deixa uma mensagem. “Nos meus 60 anos de serviço, agradeço a Deus por todo esse tempo de serviço na mesma empresa”.
Ele conta que, nesses 60 anos de muito empenho, não desenvolveu somente um serviço, mas sim, uma família e uma história de vida. “Para mim, a Usina Ester não é só uma empresa, é a minha família e a história da minha vida”, finaliza Antonio Cazella.