O que será que está acontecendo com uma pessoa que sente medo de estar no meio de gente como ir a festas, shoppings, bancos, supermercados ou outros lugares em que haja muita gente? O senso comum costuma nomear de se tratar de um comportamento “antissocial”, mas do que se trata afinal?
O maior problema de uma situação como essa é que atinge muito a vida das pessoas, limitando-as e até dificultando ir para o trabalho, escola e comparecer a compromissos sociais. Um diagnóstico só poderá ser feito por um profissional médico ou psicólogo que irão buscar o melhor tratamento.
Transtorno da ansiedade social ou fobia social são as definições que podem ser encontradas para esse medo que está relacionado a aspectos subjetivos. Isto é, apesar de ser definido pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, sigla em inglês) como um Transtorno de ansiedade e possuir uma lista de sintomas para ser definido o diagnóstico, o psicólogo irá levar em consideração toda a história de vida dessa pessoa e os pontos, até inconscientes, da formação desse transtorno.
Uma pessoa introvertida, mais quieta, que sai pouco de casa, que conversa pouco, fica em um canto nos ambientes, pode até ser nomeada por si mesmo ou pelos outros como tímida, ou uma pessoa vergonhosa. Essa pessoa pode até ter questões psicológicas/emocionais com sua autoestima a serem cuidadas, mas não significa que possa ter fobia social, já que esse transtorno provoca ansiedade, que é um conjunto de sintomas físicos e psicológicos de maior intensidade.
Como já mencionado, é necessário, para identificar as causas, levar em considerações conteúdos inconscientes e outros fatores como os ambientais, traumas e experiências negativas (bullying, rejeição, ridicularização, humilhações), falta de repertório de habilidades sociais, mudanças de locais e rotina, estrutura cerebral e hereditariedade.
Os principais sintomas psicológicos são medo da exposição e interação com pessoas desconhecidas, medo que as pessoas percebam os sintomas físicos da ansiedade ocorrendo no seu corpo como o rubor facial, sudorese, tremor, voz trêmula, também uma grande preocupação em falar palavras erradas ou ofender alguém, medo de errar e “pagar um mico”, evitação de chegar em um ambiente que todos já estão sentados, ou chegar e atrair o olhar das pessoas, comer na frente de outras, manter contato visual, entre outras. Sintomas físicos como batimento cardíaco acelerado, dor de estômago, náuseas e vômito, falta de ar, choro, tontura, confusão mental e diarreia podem acontecer.
Existe a Agorafobia, que é também um transtorno de ansiedade, mas possui algumas diferenças, e pode ser confundido com a fobia social. Enquanto fobia social é uma resposta à avaliação pública, em outras palavras, é o medo da possibilidade de que haja julgamentos negativos (reais ou imaginários) da parte dessas pessoas que estão no ambiente, a agorafobiase refere ao ambiente ou local desprotegido. Ou seja, é um medo intenso de estar em lugares abertos ou em situações que passam a sensação de que seja difícil de sair, de escapar, de pedir ajuda ou de ser socorrido. Essa exposição causa sinais clínicos claros de ansiedade e pode progredir para um ataque de pânico.
Após o diagnóstico, o tratamento para a Fobia social e Agorafobia é por meio da psicoterapia e em casos mais intensos a combinação medicamentosa de antidepressivo prescrito pelo médico psiquiatra. A notícia boa é que com o tratamento a pessoa pode ter uma remissão dos sintomas e ter de volta sua qualidade de vida, o primeiro passo é reconhecer a necessidade de buscar ajuda.
