Trocar a comida do animal diariamente evita a leptospirose

A Leptospirose é uma zoonose causada por uma bactéria chamada Leptospira. É rara em gatos e bastante comum em cães não vacinados.
“Os ratos funcionam como reservatórios da bactéria, ou seja, são disseminadores da doença. São eles que, através de sua urina contaminada, acabam deixando doentes cães e até mesmo pessoas que adquirem a espiroqueta (forma da bactéria jovem) através da pele ou mucosas. A transmissão ocorre então através do contato da pele e mucosas com urina, solo, água, alimentos, objetos contaminados, placenta da mãe para o feto, transmissão venérea ou por ferimento de mordedura”, explica Natalia Idalgo, Médica Veterinária.
Natalia alerta que o maior número de casos ocorre no verão e início do outono devido às chuvas. Deve-se tomar cuidado com alagamentos.
Os animais contaminados podem desenvolver a doença de forma aguda (a incubação dura de 5 a 6 dias) ou serem apenas portadores da mesma, podendo ficar nessa condição durante longos períodos (de 1 a 4 anos).
“Os sintomas podem aparecer repentinamente ou serem latentes (quase imperceptíveis). Geralmente, estão associados ao fígado e rins. Os primeiros sinais da doença costumam ser: anorexia (falta de apetite), vômitos e febre. Mais tardiamente apresentam-se gastroenterite hemorrágica (vômitos e diarreia com sangue), mialgia (dor muscular), urina escura, estomatite necrosante, icterícia (cor amarelada das mucosas e pele), dor renal, desidratação, congestão das mucosas, colapso vascular e morte”, explica a especialista.
A vacinação dos cães é o fator mais importante na prevenção da doença. As vacinas V8 e V10 protegem contra a leptospirose, sendo a diferença das duas a presença de duas cepas a mais contra a Leptospira na vacina V10. Os filhotes podem ser vacinados a partir de 45 dias de idade, repetindo-se então mais duas doses subsequentes (uma a cada 21 dias). “A partir disto, os mesmos deverão receber o reforço anual”, explica Natalia.
Recomenda-se não deixar a comida do animal exposta e trocar a água dele todos os dias. “Se você suspeita que existam ratos na sua casa ou próximo a você, tome mais precaução ainda com isso. Não deixe seu cachorro ou gato caminhar por águas paradas. E, em épocas de chuva, mantenha-os presos num lugar distante de poças ou de bueiros.
Animais doentes ou suspeitos de contaminação não devem ser vacinados sem antes serem consultados por um médico veterinário”, conclui a veterinária.

Natália Idalgo de Queiroz – Médica veterinária
CRMV:SP 23.967