Um convite à reflexão sobre os direitos e cuidados para com uma criança

No Brasil, o Dia da Criança, comemorado em 12 de outubro, nos lembra da importância de garantir os direitos e o desenvolvimento integral das crianças, destacando a necessidade de um olhar atento e ações concretas de toda a sociedade

No dia 12 de outubro, no Brasil, é celebrado o Dia da Criança, data estabelecida em 1924, por meio de decreto do então Presidente da República Artur Bernardes. Contudo, somente na década de 1950, a data se popularizou. Já o Dia Mundial da Criança comemora-se em 20 de novembro, tendo sido estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), por ser a data em que, em 1959, foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos da Criança.

Entre datas da história e a formalização de calendário, devemos ter em mente a importância de olhar para as crianças todos os dias, garantindo-lhes proteção e os direitos da infância, além de ressaltar a importância dos esforços da sociedade para lhes assegurar garantias fundamentais, principalmente após a consolidação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que, neste ano, completa 34 anos de implementação.

Muitos documentos que tratam dos direitos da criança são amplamente divulgados e estão à disposição para consulta. E isso é muito bom! Todavia, isso garante que todos conheçamos direitos da criança?
Fica aqui meu convite para que você, leitor, acesse e leia, na íntegra, esse documento no site www.gov.br – O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Afinal de contas, como devemos cuidar das crianças? Somente quem tem criança deve se envolver com a questão? Qual o papel de cada cidadão em relação à infância? Você já pensou nisso?
É nosso papel — é papel de todos — assegurar que sejam garantidos às crianças todos os direitos que lhe cabem.

Você sabia que a cidade de Cosmópolis conta com o Plano Municipal pela Primeira Infância? Trata-se de um documento (disponível para leitura em: https://cosmopolis.sp.gov.br), que reúne políticas públicas e técnicas, além de compromissos formados, para investir de maneira prática e concreta na primeira infância, garantindo a todas as crianças o direito à vida, educação, cuidados e desenvolvimento integral.
Tendo por base o conhecimento desses documentos e das leis que asseguram direitos a todas as crianças, devemos refletir se elas, efetivamente, estão sendo bem cuidadas e, afinal, se estamos cumprindo nossa missão!

Pensando nisso, meu objetivo nesta semana comemorativa, em prol de nossas crianças, tão cheias de energia, vida, graça, criatividade e inspiração, é trazer esta reflexão para você, leitor! Estamos cuidando adequadamente de nossas crianças?

O mundo da criança é lúdico. Criança gosta de se movimentar, saltitar, pular, correr e aprender. Esse é, então, o momento de lhe apresentar o mundo das novas possiblidades, onde ela aprende explorando e manipulando objetos. Para cada fase, há um rol de atividades interessantes para lhe ensinar e fazer junto com ela.

Alguns especialistas e estudiosos dividem a infância em três fases. Entre eles, Jean Piaget, um célebre psicólogo.

Primeira fase: do nascimento aos três anos. Nessa fase, a criança gosta de explorar com as mãos e sentir com a boca, pois está na fase sensório-motora. O foco, então, é sentir tudo, em cada momento vivido. O cérebro está em atividade máxima, com milhões de conexões sendo formadas a todo instante. Ela explora, descobre e experimenta. Cabe ao adulto, além de supervisão/interação contínuas, o cuidado pleno de acompanhamento, tirando os perigos de perto e oferecendo brinquedos próprios para a faixa etária.

Concluindo, nessa fase, a criança concentra-se em sensações e movimentos por meio de exploração. Nesses momentos é que surgem as famosas mordidinhas, que todos conhecemos. Você já presenciou alguma situação envolvendo mordida de criança?

Simone Andreazzi Pedagoga/ Psicopedagoga

Simone Andreazzi
Pedagoga/
Psicopedagoga

Segunda fase: dos 3 aos 5 anos, também conhecida como pré-escolar. Nessa fase, o desenvolvimento cognitivo e social da criança está mais ativo, e o contato social abrange outras pessoas além da família. A alimentação desempenha papel importante nessa fase, com experiências positivas e diversificadas. Esse é o momento de apresentar à criança um cardápio nutritivo, saudável, colorido e lúdico. É também nessa fase que a criança reconhece o espaço escolar como local de aprendizagem, dada a real importância que a escola passa a ter para ela.

Terceira fase: dos 6 aos 12 anos. Nessa fase, a criança enfrenta novos desafios. Entre eles, o poder cognitivo de considerar vários fatores ao mesmo tempo: ela avalia os outros e a si mesma e também passa a lidar com a autoestima. Ela deixa de lado o egocentrismo e sente vir à tona a empatia e a caridade. É uma fase repleta de questionamentos: ela compara sua vida com a de outros colegas e poderá pedir aos pais por um irmãozinho.

Com base nessa breve explicação, é possível buscar compreender as crianças que conhecemos e pensar em como podemos entendê-las melhor e como devemos tratá-las. Respeitar é fundamental e cuidar é obrigação de todos!

Para cada fase, há um comportamento que expressa alguma coisa. E todas as crianças merecem comemorar seu dia!

E você? Já planejou alguma atividade com sua criança? Pense em algo agradável e que atenda ao que ela aprecia. É fundamental separar um tempo da vida adulta e interagir com a criança, participando de atividades e brincadeiras com ela. Desligue o celular, aproveite o momento junto e pense numa programação envolvente! Marque a vida da criança, para que, futuramente, ela venha a ter boas memórias do tempo em que conviveu com você.

Forte abraço!