Um em cada 10 adultos do mundo é obeso

De acordo com uma pesquisa realizada pela revista especializada “The Lancet”, um em cada 10 adultos sofre com a obesidade – número que revela o dobro de 40 anos atrás. Essa proporção poderá se duplicar novamente em 2025.

Dos 5 bilhões de adultos vivos em 2014, 641 milhões eram obesos. Em nove anos, serão 1,1 bilhão acima do peso, segundo a pesquisa, que dividiu as pessoas entre “saudáveis” e “não saudáveis”, em função do IMC (Índice de Massa Corporal). De acordo com a Nutricionista Lívia Almeida Santos, uma pessoa é considerada obesa quando o resultado de seu IMC está acima de 30. “Para calcular o IMC, basta pegar o seu peso e dividir por sua altura ao quadrado. Por outro lado, é considerado abaixo do peso o indivíduo que obtiver um IMC abaixo de 18,5”, informa.

Por outro lado, a proporção de pessoas excessivamente magras do mundo diminuiu, passando de 13,8% em 1974 para 8,8% entre os homens, e de 14,6% para 9,7% entre as mulheres.
Um IMC saudável, portanto, vai de 18,5 a 24,9; a partir de 25, já começa a indicar excesso de peso, mas não ainda obesidade. Quando um indivíduo apresenta um IMC de 35 em diante, trata-se de obesidade severa; a partir de 40, é considerada obesidade extrema, com risco de vida.

Segundo a especialista, existem dois tipos de obesidade: a visceral e a subcutânea. “A primeira é o acúmulo de gordura abdominal, adquirindo o formato de uma maçã; já a subcutânea é o acúmulo de gordura nos quadris e nas coxas, adquirindo o formato de uma pêra. Quando a gordura se acumula entre os órgãos do abdômen e aumenta a barriga, ela se torna mais perigosa. Este tipo de gordura está por trás de muitos males fatais associados à obesidade”, explica ela.

Os fatores que levam à obesidade podem ser muitos, desde maus hábitos de vida até problemas psicológicos. “A obesidade pode surgir devido a um aumento de calorias ingeridas, a não realização de atividades físicas, além de fatores genéticos, ambientais, psicológicos e até sociais que irão influenciar o indivíduo a não ter hábitos saudáveis de vida”, indica a profissional.

Entre os homens, a proporção mundial de obesos triplicou, passando de 3,2% em 1975 para 10,8% atualmente, o que representa 266 milhões de homens. Entre as mulheres, o percentual aumentou menos, porém, elas representam o maior número de pessoas obesas do mundo – passando de 6,4% para 14,9% (375 milhões de mulheres).

O “The Lancet” ainda afirma que os dados equivalem a um acréscimo de 1,5 quilo por década para cada ser humano no planeta. Do total de obesos, 6% dos homens e 9% das mulheres sofrem com obesidade severa.

Segundo a Nutricionista, as mulheres representam maior parte de obesos por causa da composição corporal diferenciada da dos homens e também por questões hormonais. “Além disso, após a menopausa, ocorre aumento de peso e modificações na distribuição de gordura, havendo uma elevação da gordura corporal”, explica ela.

O tratamento da obesidade tem de começar com o acompanhamento nutricional, para adequar a quantidade de calorias consumidas e melhorar a alimentação. “Então, é preciso iniciar a prática de atividades físicas e fazer acompanhamento médico. Em casos extremos, existe a cirurgia, mas é aconselhada depois de muito bem avaliada por toda a equipe médica, e avaliar os riscos e benefícios”, esclarece a Nutricionista.

O país onde vivem mais pessoas obesas é nas ilhas da Polinésia e Micronésia, onde 38% dos homens e mais da metade das mulheres são obesas. Um quinto do total de obesos do mundo vive em seis países desenvolvidos: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Irlanda, Austrália, Canadá e Nova Zelândia.
Os Estados Unidos têm o quadro mais grave de obesidade – cerca de um a cada quatro homens são obesos, e, entre as mulheres, uma em cada cinco pertencem a essa categoria.

Por outro lado, entre os países emergentes, como Timor, Afeganistão e Etiópia, mais de um quinto dos homens está abaixo do peso; em Bangladesh e Índia, cerca de um quarto das mulheres tem peso insuficiente.

A fim de evitar quadros de excesso ou falta de peso, a profissional aconselha: “Fazer alguma atividade física regularmente, ingerir bastante água, dormir bem e se alimentar melhor, ingerindo frutas, legumes e verduras, evitando fritura, temperos prontos e embutidos; comer em pequenas quantidades, cerca de cinco vezes por dia”, finaliza ela.

Lívia A. Almeida Santos Nutricionista CRN3: 24.393

Lívia A. Almeida Santos
Nutricionista
CRN3: 24.393