Em geral, ‘otite’ é um nome clínico que se dá para processos inflamatórios que acometem o ouvido.
Normalmente, as otites se dividem em subtipos diferentes. “Temos as otites externas, que são aquelas que acometem o canal auditivo externo, ou seja, a entrada da orelha até um pouco antes da membrana timpânica, e temos as otites médias, que ocorrem da membrana timpânica até a parte interna do ouvido; aquela que nós definimos como a parte da tuba interna, por exemplo, quando subimos a serra, sentimos o ouvido ser comprimido. Se apertar seu nariz, faz uma pressão e sente que seu ouvido melhora, isso mostra que a tuba interna está virada para a parte interna, perto do nariz”, explica o Médico Pediatra André Arruda.
“Em crianças, as otites podem decorrer de processos inflamatórios, processos infecciosos e, agora, na época outono inverno, têm as otites médias. Elas ficam mais gripadas, geram maior quantidade de secreção na região nasal e acaba penetrando a tuba interna, podendo alcançar a membrana timpânica por dentro e gerar o processo infeccioso”, esclarece.
“Crianças menores têm uma anatomia diferente do adulto. A tuba auditiva é mais curta, mais larga e, ao mesmo tempo, não tem uma inclinação muito grande. Isso facilita a passagem de secreção. Talvez essa seja a infecção mais frequente em bebês menores de um ano do que amigdalites. Normalmente, aconselhamos não apelar para nenhum tipo de tratamento caseiro, a criança com dor deve ser avaliada por um profissional que vai avaliar o local e medicar
da forma correta. Algumas otites externas podem ser medicadas com tratamento tópico, local ou pode ser submetida a uso de antibiótico oral”, explica.
O médico adverte que “crianças que têm uma decorrência de otites precisam de um acompanhamento com um otorrinolaringologista e frequentemente fazem uma avaliação complementar com seu médico pediatra para afastar outras situações, como, por exemplo, alergias, bebês muito pequenos. Questões relacionadas ao refluxo, como eu falei, e eventualmente até mesmo avaliar a competência imunológica. É bastante importante que a criança com a dor de ouvido seja mantida sempre em inclinação, a cabeceira sempre elevada, pois, ficando reta, aumenta a pressão e gera mais dor.
Uma dor muito forte no ouvido acaba fazendo com que a mãe acabe procurando auxílio, mas utilizar remédios caseiros sem que alguém inspecione não é uma boa ideia. Infecções de ouvido, principalmente as médias, podem também causar febre. Como ela, às vezes, está junto com alguma gripe, acompanham tosse e outros sintomas.
Não devemos menosprezar o tratamento das otites porque, no caso das otites médias, podem haver complicações, como perfuração do tímpano. Às vezes, as mães notam vazar secreção pelo conduto externo porque furou o tímpano, pode acometer um osso posterior do crânio que fica perto do ouvido, pode infeccionar e até mesmo complicar como miocefalite”, conclui o especialista.