Com os dias cada vez mais quentes nesta época do ano, os óculos de sol passam a ser moda. O que muitos não sabem é que, muito além do estilo, o uso das lentes escuras proporciona conforto e segurança para os olhos e toda área ocular contra os raios UVA e UVB.
Em conversa com o oftalmologista Dr. Jurez Tavares dos Santos, ele indicou quais os problemas que a exposição constante aos raios ultravioleta e a luz solar podem causar. “Podem haver complicações desde a região das pálpebras, com queimadura da pele, até na área conjuntiva, que é a camada que recobre o branco do globo ocular, levando a um ressecamento e degeneração tecidual. Já internamente, ocorre uma aceleração da opacidade do cristalino, o que leva a catarata. Além disso, no fundo dos olhos, especificamente na retina, a camada nervosa, as células podem sofrer degeneração, o que compromete a qualidade visual”, explica.
Com o ressecamento da área conjuntiva e a degeneração tecidual, o especialista nos conta que podem ocorrer duas complicações, que são a pinguécula e o pterígio. A primeira é o surgimento de uma mancha amarelada na conjuntiva, próximo à córnea. Essa mancha é uma alteração no tecido, que resulta em uma espécie de depósito de proteína, gordura ou cálcio, e se assemelha a um calo na pele. O pterígio é um crescimento de tecido carnoso sobre o branco do olho, podendo se desenvolver a partir da pinguécula e que, eventualmente, pode vir a se estender sobre a córnea, o que interferirá na visão. Os sintomas destas duas complicações são poucos. Contudo, eles podem causar irritação nos olhos, apresentar vermelhidão na área e dar sensação de queimação.
Outra provável complicação que pode acometer a área dos olhos é o próprio câncer de pele, causado diretamente pelos raios ultravioleta. A área ao redor dos olhos é um local comum bastante acometido pelo câncer. Isso ocorre porque os raios solares danificam as células da pele, o que provoca rugas prematuras, o próprio câncer e outros problemas de pele.
O oftalmologista explica a importância de sabermos escolher corretamente os óculos de sol. “Sempre se deve exigir uma certificação, uma garantia de boa procedência. Isso significa, principalmente, que as lentes dos óculos precisam ter filtro solar, que impeça a penetração dos raios ultravioleta, e qual a porcentagem. Se a escolha dos óculos não for de boa qualidade, que não tenham pelo menos 90% de filtro solar na composição das lentes, pode ser até prejudicial”, adverte.
Existem, hoje no mercado, os modelos de lentes conhecidos como “lentes Transitions”, que têm como principal característica a de mudar sua coloração para claro e escuro, dependendo se a exposição ocorre em lugares internos ou externos. “Essas lentes têm a capacidade de mudança em poucos segundos, e proporcionam a proteção necessária para os olhos e muito conforto ao usuário”, afirma o oftalmologista.
Além das lentes ‘Transitions’, as lentes antirreflexo proporcionam uma visão melhor do que as lentes que não têm este tipo de tratamento. Isso ocorre porque elas não permitem qualquer tipo de reflexo, proporcionando maior segurança ao dirigir à noite, além da transparência total, que valoriza ainda mais a estética.
Além da utilização dos óculos de sol, Dr. Jurez aconselha adotar outras medidas de proteção aos olhos. “Deve-se evitar exposição prolongada ao vento, a qualquer espécie de veneno, fumaça, substâncias químicas voláteis e tudo o que pode dar a sensação de ardor, queimação, vermelhidão na área ocular”, recomenda.
“O ideal seria que todas as pessoas, desde crianças até adultos, soubessem e entendessem que muitas alterações e/ou complicações só se manifestam a longo prazo. Por esta razão, a recomendação do uso de óculos de sol é para todas as idades e, se possível, diariamente”, finaliza o especialista.
Dr. Juarez Tavares
Oftalmologista
CRM: 79483-SP
