Uso excessivo de aparelhos eletrônicos pode causar problemas visuais

O uso de aparelhos eletrônicos está cada vez mais presente em nossas vidas e as conseqüências acabam se tornando um “viral” no que diz respeito à parte visual.
“Muitos trabalhos têm demonstrado que o uso de eletrônicos está associado a sintomas de cansaço visual e diminuição da taxa de ‘piscamento’, que leva a diminuição da lubrificação natural do olho, chamada ‘síndrome do olho seco’, olho vermelho, ardor, queimação e sensação de corpo estranho, dor ocular e dor de cabeça”, explica o médico Oftalmologista Juarez Tavares dos Santos.
Outro aspecto analisado está relacionado ao baixo nível de luz ambiente, criando condições inadequadas de visualização e também causando fadiga ocular. Isso pode ser atribuído às variações no estado de adaptação à intensidade de luz, que ocorre quando o leitor desloca o olhar de forma intermitente entre o monitor mais brilhante e o escuro do ambiente.
Para melhorar esta situação, sugere-se que a pessoa aumente a iluminação do ambiente para minimizar as diferenças de adaptação do olho, reduzindo potencialmente a fadiga visual. A sugestão é uma luz ambiente entre 75 -150 Lux.
Quanto ao desempenho visual, sabe-se, através de experimentos, que foi consistentemente melhor com displays de polaridade positiva (texto escuro em fundo claro) do que nos de polaridade negativa (texto claro sobre fundo escuro). A distância ideal da visualização da tela está relacionada à acuidade visual do usuário. No caso de a pessoa usar óculos, o alcance de visualização do vídeo vai depender do comprimento focal de cada grau. Para pessoa com visão normal, recomenda-se que se mantenha um espaço confortável, entre 33 cm e 40 cm. A posição dos olhos em relação à tela considera-se ideal se a pessoa olhar ligeiramente para baixo com ângulo de cerca de 20 graus.

Efeitos da luz eletrônica
Tonturas e enjoos podem acontecer quando em situações de movimento (por exemplo: andando de carro), mas, estes sintomas também estão muito relacionados às características pessoais. Já durante a atividade física, não é recomendado o uso de eletrônicos, principalmente, porque a pessoa não consegue manter a postura adequada.
Sobre os displays em 3D, existem inúmeras fontes potenciais de efeitos adversos, mas, uma das principais é o conflito da acomodação – convergência nos displays, que afeta o conforto visual, gerando fadiga ocular, isto é, Astenopia (cansaço visual). Pode levar a sintomas de náuseas e enjoo com o movimento, o que pode ser reduzido se a distância e ângulo de visão forem maiores.
Hoje, muitos estudos são realizados para evidenciar os efeitos da luz sobre a retina (camada interna do olho) que levam ao envelhecimento, perda e morte de células, chamada de DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade).
O maior risco se dá nos jovens e crianças, onde o cristalino é transparente e grande parte da luz azul passa livremente, atingindo a retina.

Nova epidemia
Agora, na entrada do século XXI, já se tem uma nova epidemia contemporânea – a chamada miopia urbana, consequência de uma vida

Juares Tavares dos Santos
Oftalmologista
CRN 79483
Atende na rua Presidente Getulio Vargas, 354, Centro
FOTO: Gazeta

enclausurada sem horizonte à vista e a leitura de perto, de muito perto, resultado do uso exagerado de smartphones e tablets. Há evidentemente a predisposição genética, mas, também a decisiva influência do ambiente. Segundo a Academia Americana de Oftalmologia, até 2050, quase a metade da população mundial será míope.

Dicas
O uso de óculos e a não observação de aparelhos eletrônicos em um ambiente escuro já podem lhe ajudar a não ser vítima de um problema de visão. Além disso, “ler é bom e saudável, mas, um pouco de luz natural, todo dia, em espaços abertos, deve ser vista com muito bons olhos e não vale substitui-la pela luz de smartphones e tablets”, finaliza o Oftamologista.