Os fones de ouvido são objetos comuns de serem encontrados em diversos ambientes. Usados para ouvir sons, na maioria das vezes músicas, são bastante úteis, mas, precisam ser usados corretamente. Se o uso for constante e em volume muito alto, podem trazer prejuízos irreversíveis à audição.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,5 milhão de pessoas sofrem essas perdas no Brasil, sendo a maioria jovens.
De acordo com a fonoaudióloga Thamara Rahmé, quando usados durante muitas horas seguidas e com volume intenso, os fones trazem danos.
O máximo de volume que a especialista aconselha é até 58 decibéis (58 db). Este volume não deve ser ultrapassado, embora os fones disponíveis no mercado tenham capacidades muito maiores que este número.
Thamara explica como o uso de fone deve acontecer, enfatizando que não existe um tempo recomendável, uma vez que isso vai variar de acordo com a altura do som. “Se a pessoa ouvir um ruído em 85db pode ficar até 8 horas em exposição. A partir daí, o volume vai aumentando e o tempo vai diminuindo. Se for em 115db, por exemplo, o tempo máximo de exposição é de 7 minutos por dia”, explica a fonoaudióloga.
Existem dois modelos de fones disponíveis no mercado, os internos ou de inserção e os externos, ou de oclusão. Ambos possuem capacidade de prejudicar a audição se forem usados inadequadamente, mas, os riscos são maiores nos modelos de inserção. “O interno ‘joga’ o som para dentro do canal auditivo sem nenhuma barreira. A pressão sonora é direta sobre a membrana timpânica. Já o externo, é melhor para barrar o som externo, pois há menor pressão sonora dentro do ouvido. Então, seria o mais indicado para o uso, desde que não atinja o volume máximo”.
A fonoaudióloga ainda esclarece que o uso do fone em apenas um dos ouvidos não prejudica menos a audição. “Muito pelo contrário, usar fone de ouvido em um lado só pode prejudicar ainda mais a audição, causando até problemas no labirinto e perda auditiva unilateral”. Segundo ela, se o uso do fone em apenas um ouvido for necessário, é preciso alternar a frequência para não sobrecarregar apenas um lado.
O uso excessivo e incorreto do fone, além de perda auditiva, pode trazer dores de cabeça, zumbido, cansaço, irritação, dificuldades de conversar em ambientes ruidosos, entre outros problemas. Caso algum desses problemas se manifeste, é preciso procurar ajuda e até tratamento, apesar da perda da audição causada por este problema ser irreversível.
“O que deve ser feito é conscientizar a pessoa a mudar hábitos, para que a perda auditiva não evolua”, diz Thamara. Ainda segundo ela, casos de alterações auditivas há como reverter. Para detectar o grau do problema, é preciso se submeter a uma audiometria e procurar um otorrinolaringologista.