Utilizar calçado errado pode levar a fraturas e lesões

13 de abril de 2016 Saúde

Muitas pessoas que trabalham o dia todo com roupas e sapatos sociais, assim como outras que não têm escolha a não ser utilizar sapatos fechados e baixos, como sapatilhas, sofrem de dores, sejam elas nos joelhos, nas costas, ou nos próprios pés. O calçado ideal existe, porém, muitas vezes, não podemos utilizá-lo na maior parte do tempo. Por isso, devemos ficar atentos aos primeiros sinais de dores e inchaços.

De acordo com o Fisioterapeuta Guilherme Kowalesky, o calçado ideal, pelo estudo na área de fisioterapia, é o tênis com amortecedor, indicado para a maioria das pessoas. “O amortecedor tira o impacto do corpo com o solo; um calçado sem amortecedor pode gerar diversos tipos de inflamações e lesões, causando as dores. Dependendo do calçado, as lesões podem se desenvolver ainda mais rapidamente. As dores podem ser sentidas em toda a extensão dos pés e pernas, nos joelhos, no quadril, e na coluna lombar”, informa ele.

No caso das mulheres que, em algumas funções do trabalho ou em ocasiões especiais, precisam usar sapatos de salto alto, devem ter alguns cuidados ao andar. “Orientamos que o andar seja correto; que seja feito com cuidado e que a postura ereta seja mantida, além de sempre tentar andar devagar para evitar uma possível lesão. Outra coisa importante a ser considerada é a anatomia do salto que, de preferência, deve ser mais largo, para que o pé tenha mais apoio”, aconselha o especialista.

Além disso, o profissional orienta que, quando a pessoa estiver sentindo dor no calcanhar ou no tendão do pé, utilize um sapato com um saltinho de um ou dois centímetros. “Dessa forma, ao erguer o pé, esse ‘salto’ jogará a carga, ou o peso do corpo, para a ponta do pé. Se o sapato é baixo, pode-se usar uma palmilha adequada, ou uma calcanheira de silicone. Mesmo assim, a melhor opção continua sendo o tênis com amortecedor”, esclarece ele.

O Fisioterapeuta explica que existem três tipos diferentes de pés, de acordo com o seu formato: o pé cavo, o normal e o chato. Além disso, também existem três tipos de pisadas: a supinada, a pronada e a neutra. “A nossa pisada, ou seja, a forma como nós andamos, pode ser a pisada para dentro ou interna (supinada); a pisada para fora ou externa (pronada); e a neutra, que é a reta. No tênis, dá para perceber onde se gasta mais a sola, e então você verá qual é a sua pisada”, informa.

Tipos de pés

Tipos de pisadas

Segundo o especialista, as dores nos pés podem indicar várias complicações: fascite plantar, tendinite calcânea, esporão calcâneo, tendinite de extensores, joelho, dores no tendão patelar, dor de menisco, quadril de cartilagem e dor lombar. “As dores podem levar a muitos desequilíbrios. Os principais sintomas são dores e inchaços (edemas) nas regiões”, afirma ele.

Uma inflamação pode acarretar uma fratura por estresse, que é causada pela repetição de movimentos “errados”. “Podem ocorrer fraturas nas pernas, nos quadris, pode estourar um tendão… são diversas as consequências. Algumas lesões mais graves levam muito tempo para fazer a recuperação, e outras exigem até que seja feita a cirurgia”, informa Guilherme.

Para tratar das dores, portanto, como outras complicações, quanto mais cedo o problema for descoberto, melhor. “Assim que começar a doer, o paciente deve passar pelo médico, que fará uma avaliação médica. Será exigida uma série de exames para comprovar qual tipo de lesão que é. Com a fisioterapia, pode-se fazer crioterapia, com gelo, e alongamentos para melhorar a dor. Lembrando que tudo isso só deve ser feito com especificação médica. Além disso, a fisioterapia na clínica é muito importante para que haja a recuperação total da lesão. Alguns pensam que somente tomar os remédios recomendados irá sanar o problema, quando, na verdade, é uma relação conjunta entre a fisioterapia e a medicação”, conclui o Fisioterapeuta Guilherme.