Vamos falar sobre bissexualidade?

Antes de nos aprofundarmos neste artigo, é importante contextualizar o que é BISSEXUALIDADE. Não é nada complicado: uma pessoa bissexual, ou bi (numa forma abreviada), é alguém que sente atração por mais de um gênero. Simples, é verdade, mas muita gente ainda parece não conseguir compreender essa orientação sexual, e a invisibiliza, ao, então, negar a existência de muitas formas de amor – e todas são justas, já diz Lulu Santos tem tempo.
Nada no trajeto de descredibilizar a bissexualidade é pequeno – até pode parecer, mas essa sensação vem de uma LGBTQIAPN+fobia enraizada de maneira muito estrutural entre todos nós enquanto sociedade, neste caso, manifestada como bifobia. É importante que pautas como essa sejam mais e mais abordadas sempre que seguro e possível o estabelecimento de diálogo, para que tais raízes um dia deixem de existir através do conhecimento.
A orientação sexual de uma pessoa bissexual não muda de acordo com o(a) parceiro(a) dela, por exemplo – algo que se tende a questionar comumente – até mesmo entre pessoas LGBTQIAPN+. Esse é o tipo de pergunta que precisa, urgentemente, deixar de ser lida como um comportamento normal, num mundo com tanto acesso à informação, pois para quem questiona não passa de um questionamento qualquer, mas é interpretado como invalidação para o questionado – e quando não é, voltamos à LGBTQIAPN+fobia enraizada.
Respondendo questionamentos que não se deve fazer a partir de aprendidas as respostas: bissexuais não são pessoas indecisas – essa crença é uma forma de enfatizar que é “só uma fase”, quando não é. Indecisão é escolher qual delivery você vai pedir no almoço ou qual é seu perfume favorito. A bissexualidade é uma orientação sexual legítima como todas: não é uma desculpa para fugir da homossexualidade, tampouco para quem quer experimentar algo novo – inclusive, não deve jamais ser confundida com inclinação para promiscuidade ou infidelidade, e, muito menos, fetichizada.
Assim como publicamente assumido bissexual no palco da recente última edição do festival Lollapalooza, em São Paulo, curiosamente com um remix de “Toda Forma de Amor”, de Lulu, que mais pessoas como Pedro Sampaio deem voz às vivências bissexuais.

Juh Brilliant
Escritor, pedagogo e fotógrafo
@juh_brilliant

Se você ainda questiona ou pretende questionar a bissexualidade de alguém, famoso ou anônimo, acha isso divertido, razoável ou nada demais, talvez seja hora de rever seus conceitos e repensar antes de brincar com coisas que, simplesmente, não são brinquedos. Melhor entender que a indecisão se dá num delivery ou perfume para o dia a dia do que se colocar numa situação de ignorância, não é?

Entender é de suma importância. Respeitar é fundamental. Na dúvida, volte a ler este artigo e procure por mais conteúdos sobre bissexualidade. Aprender mais é sempre bom!

A se seguir: o perfil no Instagram do autor bestseller Alan Silva: @autoralan.
Série: “Killing Eve” (Globoplay).