Veja dicas para preservar a capacidade cognitiva

Todos nós, seres humanos, já passamos pelo menos uma vez na vida por uma situação de perda de memória – às vezes, muitos de nós esquecemos o que estava para fazer de um segundo para o outro; outras, nos lembramos de eventos que aconteceram há muito tempo, às vezes anos, décadas atrás.
Isso é comum. A Neuropsicopedagoga e Diretora Pedagógica Andréa Valente Melanda explica como funciona a aquisição da memória. “Toda memória é adquirida no contexto de um determinado estado emocional. A maioria das pessoas se recorda de onde estava e o que fazia no momento do acidente com o piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna, as memórias gravadas nesse momento foram influenciadas por emoção intensa; por outro lado, ninguém se lembra do rosto da pessoa que lhe vendeu o último ingresso de cinema, pois é um momento emocionalmente insignificante. A importância emocional de cada acontecimento interfere diretamente na aquisição de novas memórias”, informa.

Andréa conta que o psicólogo William James, um dos fundadores da psicologia moderna, já sublinhava a importância das emoções para o bom funcionamento da memória. “O cérebro deve efetuar uma seleção, e ele o faz em função do valor afetivo de que um acontecimento se reveste para nós”, esclarece. “Os estados de ânimo, as emoções, o nível de alerta, a ansiedade e o estresse, além do tipo de alimentação, modulam fortemente as memórias. Em uma sala de aula, por exemplo, um aluno estressado ou pouco alerta não forma novas memórias corretamente. Um aluno que é submetido a um nível alto de ansiedade, pode esquecer tudo aquilo que aprendeu logo depois da aula”, exemplifica a especialista.

Andréa Valente Melanda Neuropsicopedagoga Diretora Pedagógica SUPERA Ginástica para o Cérebro Contato: 3872.3532

Andréa Valente Melanda
Neuropsicopedagoga
Diretora Pedagógica
SUPERA Ginástica para o Cérebro
Contato: 3872.3532

Um fator que vem prejudicando a memória das pessoas é, segundo a profissional, a comodidade que a tecnologia propõe, que faz com que o cérebro seja cada vez menos estimulado. “Ela muda a maneira como usamos a nossa capacidade de atenção e, consequentemente, a nossa memória. O cérebro pode deixar de lado as funções que não exercita. Na era dos dispositivos eletrônicos, estamos usando cada vez menos nossa capacidade de armazenar dados na mente”, alerta.

A Neuropsicopedagoga cita algumas ferramentas que podem ser colocadas em prática para melhorar a capacidade cognitiva:
• Alimentação saudável: prefira alimentos ricos em fibras, vitaminas e alimentos ricos em Ômega 3. Modere nos carboidratos, proteínas e alimentos industrializados. Prefira sempre o consumo de sucos naturais e água;
• Exercícios físicos regulares: pratique, pelo menos, 150 minutos de atividades de exercícios moderados por semana;
• Exercícios para o cérebro: estimule seu cérebro com atividades desafiadoras e novas. Os exercícios para o cérebro mantêm a saúde do cérebro, pois preservam a memória e melhoram a capacidade de atenção, concentração e raciocínio lógico;
• Sono: respeite os sinais do seu organismo. Durma, pelo menos, por oito horas diariamente;
• Gerenciamento do estresse: já tentou praticar meditação? Recomendada por médicos e terapeutas, essa prática é conhecida por “relaxar” a mente;
• Vida social ativa: socialize! Inicie um novo projeto, frequente clubes e parques, faça cursos que proporcionem momentos prazerosos.

Como forma de prevenção dos prejuízos causados à memória, Andréa cita algo muito falado hoje em dia, que é a Reserva Cognitiva. “Ela é a capacidade do cérebro de armazenar, por períodos prolongados, as habilidades que foram adquiridas ao longo da vida e de resistir aos prejuízos de um quadro demencial, evitando o surgimento de sintomas clínicos significativos no início da doença. Sabe-se que as doenças neurodegenerativas são progressivas; no entanto, a Reserva Cognitiva permite que o progresso da doença seja bem mais lento do que o habitual”, informa.
A especialista adverte: a estimulação deve começar o mais cedo possível. “Ainda na infância, podemos incentivar nossas crianças a desafios próprios para sua idade, através de jogos, brincadeiras, prática de esportes, motivá-las para a leitura e a cultura no geral. Ensinar às crianças hábitos mais saudáveis fará com que, na fase adulta, elas tenham escolhas saudáveis, criando uma Reserva Cognitiva capaz de oferecer uma qualidade de vida melhor na velhice. Na terceira idade, é importante que as atividades cognitivas sejam mantidas o máximo possível, pois o cérebro continua a ser estimulado continuamente e a Reserva Cognitiva é preservada”, finaliza a profissional.