Apesar das fortes chuvas que atingiram a região durante o verão, a estação termina com média de chuvas abaixo do esperado para o período. A informação foi passada pela Pesquisadora Ana Ávila, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (CEPAGRI), da Unicamp.
“Nós tivemos um verão abaixo da média. Praticamente, quase duzentos milímetros de chuva abaixo da média. Tivemos um verão mais seco”, disse a pesquisadora.
Com a mudança de estação, que acontece nesta terça-feira (20), a frequência e também a intensidade das chuvas diminuíram. A pesquisadora ressalta que essa mudança pode refletir nos outros meses do ano. “Em média, cerca de 50% do volume total de chuva esperado para o ano, ocorre nos meses de verão. Então, nós já estamos com a redução das chuvas. No outono, temos chuvas menos volumosas, o inverno é a estação mais seca. Então, é importante essa atenção com relação ao menor volume de chuva”, disse a pesquisadora.
Outono
O Outono começa às 14h15 desta terça-feira (20). Nessa hora, acontece um fenômeno chamado de equinócio, que é quando o sol atinge o hemisfério sul e norte na mesma intensidade. É a estação do ano que marca a transição do período quente, verão, com o frio, o inverno. “Agora, vamos ter dias frios, alternando com dias mais quentes. Temos as frentes frias que atuam e trazem chuvas. Há riscos de tempestades, porém, muito menores do que no verão, em termos de frequência”, informou a pesquisadora.
Com relação a temperatura, a amplitude térmica, que é a diferença entre a temperatura mínima, no início da manhã, e a máxima, no meio da tarde, também aumenta. “Nós saímos de uma temperatura média de 20° de mínima e de 30° de máxima para uma temperatura, em junho, de 14° de mínima para 27° de temperatura máxima. Então, essa variação agora vai acontecendo nos próximos meses, que é uma das características do outono. As noites vão se tornando mais frias e os dias com temperaturas mais elevadas”, completou Ana Ávila.
Centro Regional de Meteorologia
O Conselho de Desenvolvimento Metropolitano da RMC aprovou, em fevereiro, o termo de referência que viabiliza o convênio entre a Agemcamp e a Unicamp para implantação do Centro Regional de Meteorologia. Com valor de R$ 3 milhões em recursos do Fundocamp, o investimento visa a aquisição de um radar meteorológico inédito no país, que tem a capacidade de prever e informar sobre eventos naturais extremos, como tempestades severas, microexplosões, como aconteceu em 2016 em Campinas, entre outras, além de possibilitar uma análise mais minuciosa do clima na Região.
“Nós esperamos um centro, com diferencial, com impacto bastante importante e positivo para nossa região. É um centro inovador, em termos de Brasil. A aquisição foi considerada importante porque conseguimos dar uma atenção com mais qualidade e precisão para a região, em termos dos recursos hídricos, abastecimento de água, agricultura e até para a redução do risco de eventos intensos como tornado”, esclarece a pesquisadora Ana Ávila.
O aparelho será instalado na área do Cepagri, dentro da Unicamp, onde atualmente se encontra um radar do mesmo modelo, porém, que será transferido para o Rio Grande do Sul no fim deste ano, devido à sua característica itinerante e de pesquisa.