Vereadores apresentam moção de repúdio contra ‘Alemão Jornalista’

Eles se solidarizaram com a servidora do Legislativo que foi desrespeitada verbalmente pelo indivíduo

Na última sessão da Câmara Municipal de Cosmópolis, realizada na segunda-feira (02), às 18h30, os vereadores apresentaram uma moção de repúdio contra a fala do Sr. Ednaldo Luiz Lima (Alemão Jornalista) e se solidarizaram com a servidora do Legislativo que foi desrespeitada verbalmente pelo indivíduo. A perturbação do trabalho e constrangimento ocorreram na penúltima sessão da Câmara, na sexta-feira (30), quando também foi registrado Boletim de Ocorrência, como injúria, na Delegacia de Polícia.

A ofensa

Segundo boletim de ocorrência, “a vítima estava exercendo sua função de Assessora Legislativa e, na hora dos fatos, encontrava-se na sessão da Câmara Municipal, na primeira fileira da plateia, gravando com seu telefone celular a fala da vereadora Eliane Lacerda, a quem presta assessoria. Ao seu lado, encontrava-se sentado o autor, cujo qual falava alto e isto atrapalhava a captação de áudio do microfone. Um outro jornalista, sentado atrás, pediu para que o autor baixasse o tom de voz, pois estava atrapalhando a vítima.

Quando a Assessora encerrou a gravação, o autor disse, em tom pejorativo, ‘também, com tanto lugar para você sentar, veio sentar logo no meu colo’.

A vítima pediu respeito, enquanto o autor reiterava a frase repetidas vezes.

Isso gerou tumulto na Casa de Leis e foi necessário que o presidente Renato Trevenzolli interrompesse a sessão por cerca de 10 minutos até que cessasse a animosidade”.

Confira a moção na íntegra:

“Há frases que não cabem mais como formas de expressão. Na sociedade em que vivemos, em plena Era da Informação, conectados praticamente o tempo todo, falta de conhecimento não pode mais ser desculpa para a repetição de falas que desrespeitam e humilham o outro.

A situação é ainda mais inaceitável por partir de alguém que escolheu viver da comunicação. Uma pessoa que trabalha com informação sabe o peso que as palavras têm. Ou deveria saber. É o mínimo que se espera de quem pratica a tão nobre profissão.

Há inúmeras formas de praticar o preconceito e nós, assim como as leis, não aceitamos nenhuma delas! Não aceitamos que um homem levante a voz para uma mulher e lhe dirija palavras machistas e misóginas! Não aceitamos que uma frase de cunho sexual pejorativo seja interpretada como simples ‘forma de expressão’.

Não aceitamos que uma mulher, no exercício de sua profissão, seja desrespeitada! Não aceitamos que uma mulher, filha, mãe, irmã, avó, tia ou esposa, vá para casa depois de um dia de trabalho violada pela falta de respeito de quem quer que seja.

A sociedade justa, igualitária e pacífica que desenvolvemos com o nosso trabalho diário está alicerçada no respeito mútuo, mesmo quando nossas ideias políticas divergem e é por isso que repudiamos todas as formas de violência, sejam elas físicas ou psicológicas.

Nesta Casa de Leis, a ofensa não pode, não deve e não será tolerada como normalidade”.

Durante a sessão, o cidadão se defendeu informando que foi mal interpretado e pediu desculpas.