Vício em games deve ser classificado como transtorno psiquiátrico pela OMS

Jogo de vídeo game é forma de entretenimento para maioria, profissão para poucos, ou ainda, um vício para alguns. Segundo uma pesquisa do NPD Group feita em 2015, constatou-se que cerca de 82% da população do País, entre 13 e 59 anos, jogam algum tipo de game nas mais diversas plataformas, sejam PCs, consoles, dispositivos mobile ou portáteis.
Além do grande número de jogadores, no Brasil, a quantidade de horas dedicadas aos games também é alta. Em média, 15 horas por semana, sendo que adolescentes jogam em torno de 19 horas.
Essas estatísticas preocupam médicos e acadêmicos, já que a atividade fora de moderação pode levar ao vício. Visando isso e pressionada por especialistas, em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deve classificar o vício em games como um transtorno psiquiátrico.
A proposta está em discussão nos comitês que cuidam da revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID), manual publicado pela OMS que traz a definição e os códigos das patologias e que serve de parâmetro para o trabalho de médicos de todo o mundo.
Dentre o grupo de vício, destacam-se as crianças e os adolescentes.
A psicopedagoga Rosana Helena Sass explica que, para evitar esse vício, é preciso ter o controle do tempo e lugar onde as crianças vão jogar. Ela acredita que essas atividades têm seus pontos positivos e negativos, sendo assim, é importante que a família acompanhe a criança/adolescente durante os jogos para que sejam estipulados regras e horários de forma que extraiam apenas os pontos positivos. “Deve-se colocar esses jogos, seja vídeo game, televisão ou afins em lugares estratégicos dentro de casa, de forma que a criança jogue e esteja acessível a todos da família, para controlar o tempo que a criança/adolescente vai ficar jogando, assim como participar das atividades e jogos com a criança para entender que tipo de conteúdo ela está consumindo”.
Porém, as crianças e adolescentes não são os únicos alvos do vício. Rosana alerta que é essencial que os familiares também se eduquem com relação aos jogos e sejam exemplos para as crianças e adolescentes.
A psicopedagoga explica que o vício pode ser notado quando a pessoa passa a apresentar mudanças no comportamento. O natural é que a criança respeite as imposições da família. Mas, quando está viciada, ela deixa de acatar os pedidos da família, passando a se tornar agressiva.
Já o adolescente nega o vício, “pensa que, em qualquer momento, pode parar, mas, na verdade, não pode, a dependência passa a ser nível fisiológico”.
A falta de controle se expressa através da ansiedade, agressividade e isolamento – no qual o jovem passa a não ter mais interesse por amigos com contato físico, somente através do aparelho.
O vício, quando diagnosticado, deve ser tratado através de um terapeuta. O profissional vai avaliar o histórico e dar sequência às orientações. Rosana afirma que, quando a pessoa chega nesse ponto, significa que não teve acompanhamento e orientação, principalmente, porque muitos familiares pensam que seria apenas uma fase, mas, não é.

Rosana Helena Sass
Piscopedagoga
Recreação Infantil Patotinha
Tel. (19) 3872 4828

Quando viciada ainda cedo, a criança passa a ser violenta. Isso porque, segundo explica Rosana, as crianças viciadas estão preocupadas em ter, conquistar e dominar, o que pode gerar uma frustração, caso ela não se encontre nesta posição.

Delete
O Instituto Delete, empresa dedicada a orientar e informar a sociedade sobre o uso consciente das tecnologias, listou 10 passos para a Desintoxicação Digital:
1 – Bom senso para que o uso das tecnologias não se torne abuso no cotidiano.
2 – Fique atento às consequên-cias físicas (privação de sono, dores na coluna, problemas de visão) e psicológicas (depressão, angústia, ansiedade) devido ao uso abusivo das tecnologias.
3 – Dose o uso de tecnologias no cotidiano. Verifique se seu desempenho acadêmico, no trabalho, na fanília ou pessoal está sendo prejudicado pelo uso abusivo das tecnologias.
4 – Não troque atividades, compromissos ou encontros ao ar livre para ficar conectado às tecnologias.
5 – Reflita sobre seus hábitos cotidianos e faça diferente.
6 – Prefira uma vida social real à virtual. Escolha relacionamentos e amizades reais ao invés de virtuais.
7 – Pratique exercícios físicos regularmente. Crie intervalos regulares durante o uso das tecnologias, fazendo alongamentos.
8 – Não abale o seu humor com publicações virtuais. Não acredite em tudo o que é postado e cuidado com o que você publica na internet.
9 – Valorize suas relações pessoais, sociais e familiares. Não troque estas relações no dia a dia para ficar utilizando as tecnologias.
10 – Jogue o lixo eletrônico no local correto. Pense no meio ambiente, recicle os aparelhos fora de uso e evite a troca frequente sem necessidade.