No Novo Testamento, há três palavras gregas que são traduzidas por “vinho”. A mais usada é OINOS; as duas outras palavras são empregadas apenas uma vez, fazendo alusão ao vinho fermentado:
Lucas 1:15 – Sobre João Batista – “Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe.”
Grego – síkera, pode referir-se ao vinho ou a qualquer bebida que lhe embriague. O que acontece é que Lucas, ou melhor dizendo, o anjo Gabriel, emprega a palavra para destacar a proibição do consumo de qualquer bebida que lhe embriague.
Atos 2:13 – Sobre os discípulos que falavam em línguas estranhas – “E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto.”
Grego – gléukos, “vinho doce”, não “vinho novo”, uma vez que o Pentecostes ocorreu em junho, época de uvas frescas, as quais amadureceriam em agosto. A menção parece ser a uma bebida alcoólica.
OINOS pode tanto se referir à bebida inebriante como ao suco de uvas ou xarope. Esse xarope era obtido pela fervura do suco até tornar-se como o mel, e então guardado em vasos para uso futuro. Numa região de clima quente, essa era a forma de conservar o derivado de uva para consumo posterior, sem que ocorresse a fermentação. Esse xarope diluído, em água quente ou fria, era a bebida preferida nos tempos de Jesus.
Como a palavra grega não define se o vinho era fermentado ou não, com muito bom senso, deve-se considerar o contexto em que a palavra se encontra. No caso do casamento em Caná da Galiléia, por exemplo, é inconcebível que Jesus, após o recebimento do Espírito Santo, haja em Seu primeiro milagre, produzindo bebidas alcoólicas, pois elas são, segundo a Bíblia, o maior oponente da vida do Espírito. Efésios 5:18 diz: “Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”.
Tampouco, em hipótese alguma, Cristo, o Senhor da vida, produziria vinho fermentado ou o usaria na Santa Ceia, pois a fermentação representa uma corrupção da bebida natural, e isso arruinaria o símbolo da Comunhão.
O mau do “vinho” e da “bebida forte” foi claramente assinalado, e o povo foi aconselhado a se abster dessas bebidas. Uma maldição foi pronunciada sobre os que incitassem outros a beber – “Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro! Ai de ti, que adiciona à bebida o teu furor, e o embebedas para ver a sua nudez!” Habacuque 2:15. Paulo afirma: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” I Coríntios 10:31. Ele Adverte que Deus destruirá os que destroem o corpo – “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo”.
As bebidas embriagantes “destroem o santuário de Deus” e seu uso não pode ser considerado um meio de glorificar a Deus. Paulo abandonou o uso de tudo o que era prejudicial ao corpo – “Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” I Coríntios 9:27.
Não há desculpas para o argumento de que não há nada de errado em usar bebida alcoólica, alegando-se que Deus uma vez permitiu isso. Eram também permitidas as práticas da escravidão e da poligamia. Pode se dizer que Deus tolerou práticas errôneas. A bíblia adverte que os “bêbados não entrarão no reino de Deus” (I Cor.6:10).
Pr. Jair Lima
Representante da TV Novo Tempo em Cosmópolis