Convivência com animais de estimação é um exercício para desenvolver laços afetivos, capacidade de dar e receber atenção e carinho físico
Maristela T. Lopes Ramos Psicóloga CRP 06/136159 Rua Santa Gertrudes, n°2063 – Bela Vista (19) 98171-8591
Os animais não fazem apenas as pessoas se sentirem bem, eles as fazem bem de fato. A partir dessa frase, pode-se ter uma ideia dos benefícios de se ter por perto um animal de estimação. Eles podem, inclusive, ser benéficos desde quando se está no ventre materno, quando o bichinho faz carícias e emite sons para o bebê na barriga. Com certeza, estarão se familiarizando.
Atualmente, mais do que nunca, existem muitas pesquisas sobre a contribuição de se ter por perto um pet no desenvolvimento infantil, já que, segundo o IBGE, 62%, ou cerca de mais de 40 milhões de residências no Brasil, possuem um bichinho de estimação.
O desenvolvimento infantil é um processo de aprendizado em que a criança passa a adquirir e aprimorar as capacidades cognitivas, motoras, emocionais e sociais. O brinquedo e o brincar fazem parte da estruturação do funcionamento psíquico e um contato próximo com animaizinhos tem grande contribuição nesse processo estruturante de brincar. Observações com crianças de 6 meses a 2 anos, perceberam-se que emitiam mais ruídos/falas, seguravam e seguiam os animais verdadeiros e acabavam por ignorar os bichos de brinquedo.
Há crianças que o maior sonho é ter um animal de estimação e até insistem para os pais, e estes, muitas vezes, evitam, pois sabem o trabalho que irão dar. Mas, os bichinhos podem, com esse “trabalho” que dão, oferecer e ensinar muitas lições para a vida desses pequenos, além de oferecer uma companhia especial.
Existem alguns assuntos complexos e delicados que alguns adultos têm dificuldade de falar ou ensinar, podendo, então, os pais demonstrarem ensinamentos a partir de situações naturais e comuns na vida de um animal, como o acasalamento, a caça, o instinto, os órgãos de sentido, que nos animais são mais aguçados, e também sobre a dor de perder o animalzinho, seu melhor amigo.
Possuem um efeito de suporte emocional para as crianças, que acreditam que os animais as entendem no falar e no que sentem, por isso, muitas vezes, “desabafam” com eles. Recorrem a eles em momentos de tensão emocional, pois, percebem essa capacidade de escutar, tranquilizar, demonstrar aprovação, ser companheiros. Conviver com animais de estimação é um exercício para desenvolver laços afetivos, capacidade de dar e receber atenção e carinho físico, e entender a importância das necessidades emocionais dos outros. Essas habilidades acabam se estendendo para os outros relacionamentos sociais dessa criança como com os pais, irmãos, amiguinhos e coleguinhas.
Crianças que convivem com animais domésticos têm menor probabilidade de desenvolver doenças. Uma casa sem animaizinhos, com certeza, terá menos sujeiras e bactérias, parece incrível, mas, isso, na verdade, dificulta o sistema imunológico que combate as doenças. Nosso organismo torna-se mais resistente e isso se estende por toda a vida adulta.
Desenvolve também o senso de responsabilidade, isto é, terão que aprender que os bichinhos estão sobre os seus cuidados, que eles possuem necessidades básicas como comer, passear, brincar, higiene íntima e do local. Muito bom quando os pais lhes dão essa tarefa, apesar de estarem “de olho”, verificando como estão se saindo nas tarefas. Os pais podem montar uma rotina programada, que fornece para a criança noções de disciplina, estimula uma vida ativa, faz encarar tarefas com seriedade, cuidado e dedicação.
Os bichos, assim como as pessoas, sentem emoção e dor. Ficam doentes, têm ferimentos e também morrem. Sendo assim, as crianças, provavelmente, oferecerão ajuda e consolo a eles. São eles aprendendo a ter empatia e compaixão, estão sendo estimulados a lidar com frustrações e algumas situações que estão fora do controle.
Enfim, existem muitos outros benefícios provados e comprovados que a convivência com um animal de estimação pode trazer a vida de um ser humano de todas as idades. O principal foi deixar claro que uma criança que tem esse privilégio terá grande aprendizado e em sua memória muitos momentos felizes, sinceros e nobres que permanecerão para sempre.
