O professor pediu para que os alunos levassem batatas e uma bolsa de plástico para a aula. Ele pediu para que separassem uma batata para cada pessoa de quem sentiam mágoas, escrevessem os seus nomes nas batatas e as colocassem dentro da bolsa. Algumas das bolsas ficaram MUITO pesadas.
A tarefa consistia em, durante uma semana, levar a todos os lados a bolsa com batatas. Naturalmente a condição das batatas foi se deteriorando com o tempo. O incômodo de carregar a bolsa, a cada momento, mostrava-lhes o tamanho do peso espiritual diário que a mágoa ocasiona, bem como o fato de que, ao colocar a atenção na bolsa, para não esquecê-la em nenhum lugar, os alunos deixavam de prestar atenção em outras coisas que eram importantes para eles.
Esta é uma grande metáfora do preço que se paga, todos os dias, para manter a dor, a bronca e a negatividade. Quando damos importância aos problemas não resolvidos ou às promessas não cumpridas, nossos pensamentos enchem-se de mágoa, aumentando o stress e roubando nossa alegria. Perdoar é deixar estes sentimentos irem embora; é a única forma de trazer de volta a paz e calma, como jogar fora suas “batatas”.
A dimensão do perdão. No nosso dia a dia, usamos termos que, quase sem darmos por isso, se tornam banais e não pensamos sequer no que está implícito. Um exemplo é o termo que muito provavelmente usamos freqüentemente; desculpe.
Usamos a palavra “desculpe” para muitas coisas que ocorrem durante o dia. Por exemplo: se pisamos o pé de alguém, pedimos desculpa; se damos um encontrão numa pessoa, pedimos desculpa; se chegamos atrasados a um compromisso, pedimos desculpa. E, quando pedimos desculpas por estas e outras razões, geralmente, nós não estamos preocupados em saber se a pessoa nos desculpou ou não. Assumimos que tudo se resolve ante o pedido de desculpas. Perdão tem uma outra dimensão. Perdoar significa a remoção de alguma barreira entre nós e Deus, ou entre nós e o próximo. Esta barreira prejudica o nosso ser em todos os aspectos.
Por exemplo: Prejudica o nosso relacionamento com Deus, quando a barreira se chama “pecado” “Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça“ (Isaías 59:2).
Esta barreira nos impede de sermos livres, de sermos o que devemos ser e nos impulsiona ao uso de várias artimanhas para que possamos fugir das nossas responsabilidades.
Por exemplo: nos desculpamos com a gravidade da ofensa, ou o simplesmente dizermos que não somos capazes… DEUS OFERECE PERDÃO GRATUITAMENTE. Deus oferece o Seu perdão gratuitamente, não negocia. O perdão que Deus dá é dado com base no que Cristo realizou na cruz.Este perdão nos introduz a uma íntima comunhão com Deus.
Perdoados por Deus, somos livres para sermos o que Deus quer que sejamos.
Da mesma forma como Deus nos perdoou em Cristo, nós temos que perdoar àqueles que cometeram ofensas contra nós. E mais, quando somos nós os ofensores, nós devemos pedir perdão. Como filhos do Deus Altíssimo, devemos estar prontos a perdoar.
É uma área, diria, “reservada”. Reservada porque não queremos que ninguém se intrometa. Mas devemos estar a pensar se há alguém a quem precisamos perdoar.
Caso exista, a nossa primeira atitude deve ser o perdoar essa pessoa em nosso coração diante de Deus, e depois procurar a pessoa e pedir perdão.
Esta é uma tarefa difícil, mas genuinamente cristã. Se a pessoa não tem o desejo de nos perdoar, este será um problema dela diante de Deus e ela terá que prestar contas ao Senhor. Devemos então estar prontos, não só a pedir perdão, mas também prontos a perdoar.
É afinal aquilo que dizemos e professamos quando lemos ou quando fazemos a oração do “Pai Nosso”. PERDOAR NÃO É UMA OPÇÃO, MAS UMA DECISÃO!
Que o Senhor nos dê um coração capaz e disposto de perdoar. Amém!
Pastor Devair Sampaio
Igreja Evangélica Ação Bíblica