Você sabe o que são animais de apoio emocional?

Eles oferecem companhia e afeto para pessoas solitárias, ajudam a tranquilizar o tutor em diferentes momentos...

Animais de apoio emocional ou animais de assistência emocional (ESAN), como são oficialmente chamados, são animais que ajudam pessoas com depressão, ansiedade, estresse, síndrome do pânico, autismo, estresse pós-traumático, entre outros problemas psiquiátricos. Eles podem ser cães, gatos, coelhos, dentre outras espécies, e ajudam o tutor fornecendo segurança emocional, apoio e conforto.
Esses animais oferecem companhia e afeto para pessoas solitárias, ajudam a tranquilizar o tutor em diferentes momentos como viagens de avião, por exemplo, estimulam a prática de atividades físicas, além de incentivarem a interação com outras pessoas. Esse companheirismo também gera felicidade, abaixando os níveis de estresse e ansiedade. Além disso, aumentam a responsabilidade do tutor, pois este terá que alimentar, cuidar, passear, o que é muito positivo em casos de pessoas depressivas ou com TDAH, por exemplo.
Eles não são considerados animais de serviço como os cães-guias, que ajudam pessoas com deficiência visual em sua rotina, portanto ainda não são aceitos em todos os ambientes. Podem ou não receber treinamentos específicos e não são considerados animais domésticos convencionais, pois fazem parte do tratamento indicado por um médico especialista em saúde mental.
Após passar por uma avaliação com médico psiquiatra, este emitirá um laudo atestando a necessidade da companhia do animal de apoio emocional, o que permite que o tutor frequente determinados lugares públicos e privados com o animal. O tratamento com um pet de assistência emocional é extremamente importante, já que garante resultados a longo prazo e pode ser acessível para qualquer paciente visto que basta apenas ter um animal. E com o tempo, às vezes, o médico consegue até diminuir o uso de medicamentos controlados.
Existem muitos benefícios do convívio com animais. Um simples carinho no pet já pode ativar os neurotransmissores e causar a sensação de bem-estar, devido ao aumento dos níveis de serotonina, dopamina, endorfina e ocitocina, hormônios conhecidos como o quarteto da felicidade.
Normalmente, as companhias aéreas aceitam cães de apoio emocional nas cabines, inclusive para voos internacionais. Depende muito da política da companhia aérea, mas dependendo do destino não é preciso pagar nenhum valor extra. Embora aqui no Brasil a tendência é que as companhias dificultem o embarque destes animais, como já fez com voos para os Estados Unidos, obrigando o tutor a realizar o serviço de carga viva, que é muito mais rentável para eles. Empresas de ônibus e de trem também costumam aceitar os cães como animais de assistência emocional.
Aqui no Brasil ainda não é muito indicado pelos médicos psiquiatras a companhia destes animais como no exterior, mas acredito que, nos próximos anos, devido ao aumento nos diagnósticos de autismo, depressão, ansiedade e outros transtornos, e com a divulgação cada vez mais frequente de que se pode obter este laudo e ter a entrada do animal permitida em muitos lugares, a tendência é ter um aumento dos animais de apoio emocional e a criação de leis de regulamentação federal mais específicas.

Depoimento
“Naqueles dias sombrios, quando nada parecia ter sentido, o único raio de sol na minha vida eram meus pets, em especial o Charlie – ele é um York Shire. Charlie parecia entender a tristeza que passava dentro de mim; ele estava sempre lá para oferecer seu amor incondicional, não saindo do meu lado por um segundo sequer. Ele não julgava, não fazia perguntas, apenas permanecia ao meu lado.
Lembro de momentos em que as lágrimas fluíam e eu me sentia completamente sozinha, incapaz de compartilhar meus sentimentos e esta dor com ninguém, e não é como se eu não quisesse falar, apenas não conseguia. Acabei ficando em meu quarto, reclusa, longe de todos. Neste momento, Charlie, com sua intuição animal, aproximou-se e não me deixou pelo restante do dia. Ele colocou a cabeça em meu colo e olhou para mim com um olhar tão sincero e carinhoso. Ali percebi que o amor vai além das palavras.
Aquele simples gesto foi suficiente para quebrar a barreira que eu estava naquele dia. Acabei desabando em lágrimas com Charlie ao meu lado, senti que podia chorar sem medo ou receio de ser julgada pela situação. Foi ali que percebi o quão essencial ele se tornou na minha trajetória”, conta Vitória.