Aborto espontâneo: conheça os fatores de risco e como prevenir

No início de dezembro, a primeira turma do STF (Supremo Tribunal Federal) descriminalizou o aborto feito até o terceiro mês de gestação, o que dividiu opiniões, principalmente, entre usuários das redes sociais.

O tipo de aborto que gerou polêmica é o induzido, ou seja, aquele feito com consentimento. Porém, sabemos que também existe o aborto espontâneo, aquele que acontece “sem querer”. Para esclarecer mais sobre este último tipo, o Ginecologista Dr. Rodrigo de Angelis explica que o aborto espontâneo é a perda de uma gestação antes da vigésima semana. “A causa mais comum é um defeito cromossômico no embrião que impede seu desenvolvimento, podendo ainda ser causado por alguns tipos de infecções não tratadas, alterações anatômicas do útero, e até mesmo doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e uso de drogas”, informa.

Não são somente aspectos internos que levam ao aborto espontâneo. O especialista cita alguns fatores da saúde da mãe que podem interferir no risco de abortar:

• Diabetes não controlada;
• Trombofilias;
• Mal formações do útero;
• Doenças da tireóide;
• Problemas hormonais;
• Infecções maternas;
• Hipertensão arterial crônica;
• Usuárias de drogas.

Existem algumas preocupações por parte das gestantes em relação às suas atividades rotineiras sobre riscos para aborto. Dr. Rodrigo explica que atividades domésticas, relações sexuais, rotina de trabalho e até mesmo atividade física (se liberada pelo obstetra) não são causas de aborto espontâneo.

Alguns fatores de risco que realmente induzem ao aborto, segundo o Ginecologista, são o fator idade, por exemplo. “Quanto maior for a idade da mãe, maior o risco de ela abortar. Outra questão é a idade do pai, que ainda está sendo estudada. Além da idade, doenças crônicas não acompanhadas ou tratadas, como diabetes, hipertensão, disfunção da tireoide e problemas anatômicos do útero (sendo o mais comum a incompetência istmo cervical – ou colo curto) também são fatores de risco para o aborto”, cita ele.

Sintomas do aborto:
• Sangramento (que pode ser de leve até mais intenso, com coágulos);
• Dor pélvica de forte intensidade, que pode ou não irradiar para região lombar

Dr. Rodrigo de Angelis é Ginecologista CRM: 96086  Medclin Cosmópolis

Dr. Rodrigo de Angelis é Ginecologista
CRM: 96086
Medclin Cosmópolis

Diagnóstico
“Pode ser feito pelo exame físico em casos em que o colo do útero está dilatado e com saída de conteúdo; por ultrassom para visualização do embrião e avaliação de batimentos cardíacos; e por exame de sangue, o betahcg quantitativo seriado”, informa o profissional.

Prevenção
“Existem algumas formas de prevenção quando se está com ameaça de aborto, como uso de medicações hormonais, repouso e abstinência sexual, que devem ser orientadas pelo obstetra em acompanhamento”, aponta o Ginecologista.

Dr. Rodrigo cita algumas formas de tratamento e solução para aborto espontâneo:
• Conduta expectante: A paciente pode optar por aguardar a eliminação espontânea do aborto, com acompanhamento médico para controle de infecção;
• Uso de medicamento: A paciente pode optar por usar uma medicação para acelerar a expulsão do conteúdo uterino levando ao sangramento;
• Tratamento cirúrgico: realizada dilatação do colo uterino com posterior curetagem.
“Nos dois primeiros casos, pode ser necessária a curetagem uterina se não houver sucesso no resultado”, finaliza ele.