Alegoria do Fruto

Podemos comparar o cristianismo que professamos, praticamos e cremos a um fruto, composto de casca, polpa e semente.
A casca dá boa aparência ao fruto e serve como invólucro protetor contra as pragas e intempéries do ambiente.
O cristianismo também tem a sua casca, que podemos sintetizar pelo uso dos verbos ter e fazer, incluindo nossa liturgia, por mais maravilhosa que seja.
Todo o nosso aparato material, inclusive artístico e tecnológico é casca, ou seja, tudo aquilo que pode ser visto pelos homens, podendo funcionar como atrativo, como acontece com a embalagem de um produto.
Entretanto, o cristianismo é muito mais do que isso.
Ela pode não ser ruim, desde que não seja a única coisa que temos, como acontece com os frutos que parecem tão bonitos, mas já foram devorados internamente por algum verme.
Jesus alertou os discípulos para que não se enganassem com esse nível religioso.
A religiosidade produz um sentimento de dever cumprido e uma satisfação que sossega a consciência humana sem ter necessariamente agradado o coração de Deus.
Abaixo da casca está a polpa do fruto.
É a substância que vai além dos rituais e abrange nossa vida, comportamento, principalmente fora do templo e das reuniões cristãs.
O Evangelho não pode ficar preso nos templos, mas precisa sair pelas ruas e entrar nas casas através de pessoas que vivem o que Jesus mandou.
Contudo, se fizermos boas obras com o intuito de aparecer, voltamos ao nível da casca.
Em geral, a polpa é a parte mais nutritiva do fruto.
O cristianismo é muito mais que isso.
Além da casca e da polpa está a semente.
Além da aparência e da substância está a essência, que podemos resumir pelo uso do verbo ser.
Em algum momento, a casca precisa ser rompida para que a semente se manifeste.
Bom comportamento pode ser resultado da educação, mas existe algo mais profundo que é a vida de Deus em nós.
Tornaram-se exemplos de pessoas que foram quebradas e demonstraram ter a boa semente em seus corações.
Provaram isto porque foram fiéis, não em um contexto de prosperidade material, mas em meio às perseguições e perdas, mantendo o compromisso com Deus até a morte.
Em momentos assim, muitos religiosos se desviam, mas os verdadeiros cristãos ficam firmes porque sua semente é autêntica.
A semente é a parte mais forte do fruto, exatamente para resistir ao mau tempo e garantir que, depois do inverno, uma nova vida comece.
Menos que isso é viver apenas no nível superficial da casca.
Tudo no fruto é importante, mas precisamos investir mais na intimidade com Deus, combatendo os pecados do coração e não apenas na aparência.
As lutas não nos destruirão se, no profundo do nosso ser, houver a fé e o amor, como sementes divinas e preciosas.

Resumo do texto do Pastor Anísio Renato de Andrade
Republicado pelo Pastor Gessivaldo Gomes Rebouças