Filhote deve ter à sua disposição as seguintes áreas: de alimentação, de banheiro, de dormitório e de atividades físicas e adestramento
A escolha do filhote é muito importante, havendo vários fatores que devem ser levados em conta, e não escolhendo apenas por impulso. Entre estes, estão o porte do cão ao crescer, o espaço disponível para ele e se já há outro cão na casa e a idade dele, pois se for um cão idoso, por exemplo, deve-se tomar cuidado para este filhote não o estressar e machucar com as brincadeiras.
Se o filhote for de alguma raça específica, deve-se pesquisar sobre as características comportamentais da raça e ver se elas são as que você está procurando em um cãozinho. Mesmo que o filhote seja sem raça definida (SRD), algumas características podem ser previstas através da observação dos pais e de como é o comportamento dele na ninhada.
O ideal seria separar o filhote da mãe e dos irmãos com 50 a 55 dias de vida, pois é importante que não haja uma ruptura no desenvolvimento cerebral que ocorre do 21º ao 50º dia de vida, em uma fase que chamamos de pré-sociabilização. Depois, o filhote passa para o período de sociabilização, que vai do 50º ao 90º dia, e nesta fase ele deve ir para a nova casa e nova família, onde deve ser estimulado a criar memórias positivas.
Uma boa dica é levar para casa junto com o novo cãozinho algum brinquedo ou paninho que estava junto com a mãe e a ninhada, pois o cheiro estará no objeto e isto é importante para o cão na adaptação ao novo ambiente.
Outra dica é que se for buscar o cão em outra cidade, por exemplo, que ele fique na caixa de transporte o tempo equivalente à sua idade mais um. Por exemplo, se ele tem dois meses, poderá ficar no máximo três horas seguidas dentro da caixa, depois será necessário fazer uma parada.
Tudo já deve estar preparado para a chegada do filhote com antecedência, pois deixá-lo em casa sozinho para ir comprar o necessário, vai estressá-lo. A lista dos itens necessários é: caminha, potes de ração e de água, ração, petisco, tapete higiênico, caixa de transporte, cercadinho, coleira e guia, plaquinha de identificação com nome e telefone, e brinquedos.
O cãozinho deve ter à sua disposição as seguintes áreas: de alimentação, de banheiro, de dormitório e de atividades físicas e adestramento, nesta última devemos tomar cuidado com pisos lisos que podem gerar lesões ao escorregar.
Aconselho a buscar o filhote próximo ao fim de semana, quando o tutor terá mais tempo para a sociabilização e supervisão do mesmo. Pois será necessário ficar alerta aos perigos como escadas e lugares altos, preparando barreiras como telas e portõezinhos que impeçam o acesso a esses lugares.
Natalia Idalgo de Queiroz
Médica Veterinária
CRMV – SP 23.967
Também devemos nos atentar a outros cuidados como intoxicações por produtos de limpeza, devendo colocar tudo no alto para o filhote não ter acesso, intoxicação por plantas tóxicas (exemplo: copo de leite, espada de São Jorge, lírio e violeta), que também devem ir para lugares onde estes não consigam comer estas plantas e intoxicação por alimentos (exemplo: chocolate, uva, alho, cebola e café), que não devem ser dados aos animais, sendo importante a orientação de todos da casa, inclusive, as crianças.
Outros cuidados incluem não deixar que ingiram objetos como partes de brinquedos e panos, não deixar ter acesso a objetos que possam prender a língua ou a mandíbula, se atentar para que não haja fuga e evitar afogamentos, muito comum em piscinas não cercadas.
Não podemos nos esquecer que o filhote precisa passar por uma primeira consulta veterinária para ver se está tudo bem ou se precisa fazer algum tratamento. Caso esteja saudável, o veterinário fará a vacinação, a vermifugação e dará orientações sobre os cuidados necessários com o filhote.
Aproveite a infância do seu filhote e eduque-o para evitar problemas comportamentais!
