Crise aumenta a procura por carne suína

Diante de um ano de crise e que, por consequência, muitos consumidores optam por produtos alternativos e mais em conta para não pesar no orçamento final familiar, a procura por carne suína, que por sua vez, está com um preço mais em conta em relação aos cortes de boi, tem aumentado cada vez mais.

Na cidade de Cosmópolis, o Açougue Popular, que já está há mais de 28 anos no mercado, a procura tem aumentado significativamente nos últimos meses. João Alberto Sala é o proprietário e confirma. “Realmente, as carnes suínas têm sido as mais procuradas. Acredito que teve um aumento de aproximadamente 40%”, afirmou João.

Diante do fato, carnes bovinas como o contra-filé, maminha, patinho e coxão mole, estão perdendo espaço na hora da compra. “Na competitividade, realmente, a carne de boi perdeu espaço devido ao preço melhor da carne de porco”, confirmou o açougueiro, que acrescenta: “Das mais procuradas como pernil, costela e bisteca, a costelinha, sem dúvida, é a que mais tem saída”.

Segundo a Associação Brasileira dos Criadouros Suínos (ABCS), a qualidade da carne suína não é só no melhor preço, no modo fácil de preparo ou o fato dela ser saborosa, mas também o fato de que, nos últimos 30 anos, essa carne emagreceu bastante. Seus respectivos dados apontam que a carne de porco, nesse período, perdeu, aproximadamente, 1% de gordura, 14% de calorias e 10% de colesterol, além de ser muito rica em vitaminas do complexo B, importante para o metabolismo de gorduras, proteínas e carboidratos.

Essa associação ainda disponibilizou uma série de mitos que são relacionadas à carne de porco e que trazem receio para a população na hora do preparo e do consumo, o que justifica o fato dessa carne ainda ser pouco consumida no Brasil. Entre eles, a justificativa de que ela é uma carne gorda. Porém, a associação contesta: “Muitos acreditam que ela ainda se trata de uma carne gorda, pela forma que era produzida no passado. Esta preocupação não tem mais motivo, uma vez que a percentagem média de gordura na carcaça dos suínos foi reduzida de 54%, na década de 1980, para atuais 22%. A gordura dos suínos está 70% fora da carne, ou seja, abaixo da pele (toucinho). Apenas 28% da gordura estão entre os músculos e 2% estão dentro deles, dando o sabor e a maciez”.

Por muito tempo, também se ouviu dizer que doenças, como Teníase e Cisticercose, tinham relação com o consumo da carne de porco, mas, segundo a ABCS, essa cultura é um mito. “Atualmente, a suinocultura moderna praticamente tornou impossível esta contaminação. Os animais são criados em confinamento e sua alimentação é feita com rações à base de milho e de farelo de soja”.

Sobre ela necessariamente precisar ser servida bem passada para evitar a transmissão de doenças, isto não é necessário quando se compra uma carne de qualidade e de boa procedência, visto que o Brasil possui uma suinocultura moderna e tecnologicamente avançada, o que garante a qualidade da carne suína brasileira.

 

João Sala é proprietário do Açougue Popular - Rua João Aranha, 991 - Tel. (19) 3872 2757

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