De volta ao passado

07/09/1822 – 200 anos da proclamação da Independência do Brasil, oficializada em 07 de setembro de 1822, com a separação política do Reino Unido de Portugal, instituindo o Império do Brasil. A importância da data cívica de “7 de Setembro”, “Independência do Brasil”, sempre foi marcante na história cosmopolense, celebrada pelos desfiles escolares, apresentações públicas, militares, as mais diversas festividades populares e bailes recreativos sociais. No passado, dentre os eventos mais importantes do calendário municipal, planejado durante meses, envolvendo todos os setores de Cosmópolis.

O respeito à memória histórica nacional, sobretudo os conflitos e revoluções pela independência em terras paulistas, é notabilizado com a nomeação de uma das principais vias municipais, renomeada de Rua Berna (capital da Suíça), para Sete de Setembro.

Renomeação que seguia normas do governo militar do Ditador Getúlio Vargas, que após aderir ao grupo dos países aliados na Segunda Guerra Mundial, em 1944, proibiu nomeações públicas com homenagens aos países de regimes nazistas e fascistas, assim como o impedimento do ensino e fala de idiomas estrangeiros em solo brasileiro, entre outras determinações e embargos.

Outra renomeação, essa decretada nos anos 1930, acontecia com o nome da data cívica, oficializada pela monarquia em 1823, como “Dia da Independência do Brasil”, e renomeada nos primeiros anos do regime ditatorial de Vargas, como “Dia da Pátria”. Nas celebrações do “Dia da Pátria”, os marcantes cultos a imagem do Ditador Vargas e regime militar, sempre enaltecido junto ao pavilhão nacional, a bandeira do Brasil, então a única permitida no país, estando extinguidas as exposições e hasteamentos de outras bandeiras, estaduais, municipais e agremiativas. Proibições, imposições e mudanças, que seguiram até 1945, último ano do regime militar de Vargas, deposto pelo próprio Exército.

O nome “Dia da Pátria” popularizou-se nas décadas seguintes, realçado nas celebrações oficiais dos governos eletivos e períodos militares, aos registros em livros de história. Nos anos 1980, últimos anos da ditadura militar e abertura dos movimentos de redemocratização nacional, retornava a popularização do nome “Dia da Independência”, em alusão às ações pelas “Diretas Já”, nova constituição, e retomada dos direitos ao voto eletivo aos poderes do legislativo.

Muito antes dos núcleos coloniais e criação da “Villa de Cosmópolis”, a célebre data possuía marcante importância nas terras cosmopolenses, avivada pelas raízes campineiras nos desbravamentos do território, sobretudo pela intensa e importante participação paulista nos movimentos da independência. Dentre os inúmeros paulistas, a figura de José Bonifácio de Andrade e Silva (Santos-SP), é exaltada como o “Patrono da Independência”, principal idealizador dos movimentos e lutas, assim como os projetos de desenvolvimento do Brasil.

Na região, é homenageado em inúmeras cidades, recebendo seu nome a principal praça pública campineira, popular “Largo da Catedral”, a histórica “Catedral Metropolitana de Campinas”, “Paróquia Nossa Senhora Da Conceição”.

As homenagens são pela importância histórica, mas principalmente, pelas inúmeras raízes familiares na região, notabilizando o parentesco com os Coutinho, Teixeira de Almeida Nogueira, Nogueira Ferraz, Souza Aranha, dentre outros pioneiros de Campinas e Piracicaba. Notabiliza a familiaridade com os Nogueiras, fundadores de Cosmópolis e a secular Usina Ester, homenageado em várias gerações da família, destacando um dos seus netos sanguíneos, o Dr. José Bonifácio Coutinho Nogueira. No Cemitério da Saudade, em Campinas, estão sepultados irmãos, filhas, filhos e netos do patriarca da Independência, o qual possuía propriedades nas terras que originaram Cosmópolis, Paulínia, Artur Nogueira, Holambra, e demais municípios. Em Cosmópolis, sua ascendência segue em antigas famílias, conservando o “E Silva” como homenagem e memória pela descendência direta aos Andrada e Silva.

Olhar na foto – 07/09/1945 – Há exatos 77 anos – A mocidade “alviverde” do Cosmopolitano Futebol Clube, momentos antes das celebrações do “Dia da Pátria”, realizado na Rua Sete de Setembro e Avenida Esther. Data marcada pelas intensas comemorações da data cívica, mas especialmente, pelo fim da Segunda Guerra Mundial, celebrando a volta dos pracinhas cosmopolenses.

Texto Adriano da Rocha (Curta e siga @AcervoCosmopolense) – foto Acervo Público Cosmopolense