Ex-inspetor de alunos de Cosmópolis presta vestibular da Unicamp

Após o falecimento da esposa, há dois anos, Vilson Lopes Leite, sonha em cursar Ciências Sociais na Universidade

Vilson não prestou o vestibular para fazer carreira, e sim pelo conhecimento que busca adquirir

No último domingo (06), diversos estudantes prestaram o vestibular da Unicamp, uma das universidades mais conceituadas da América Latina. Em meio a tantos jovens, uma pessoa se destacou, o ex-inspetor , da Escola Estadual Célio Rodrigues, Vilson Lopes Leite.
Sonhando em cursar Ciências Sociais na Universidade, ele foi de Cosmópolis a Limeira, ao campus da Universidade Paulista (UNIP) para fazer a prova. O caso tomou repercussão após ser publicado no Portal G1 na tarde de domingo.
Acompanhe, em breve entrevista feita pela Gazeta de Cosmópolis, um pouco da história de Vilson:

Família
Nascido e criado no Paraná, ele cresceu numa família com 13 irmãos, sendo ele o terceiro mais velho. “Minha educação foi a educação de uma família pobre, fiz o fundamental I e o fundamental II em escola pública, com muita dificuldade, mas tive uma infância muito tranquila, apesar das privações”, conta.

Trabalho
Após se mudarem para o estado de São Paulo, Vilson trabalhou em diversos ramos, incluindo na construção de rodovias e na área da educação, onde trabalhou como funcionário do Estado. Trabalhando como inspetor de alunos e sua esposa como professora, ele ficou por 12 anos na Escola Estadual Célio Rodrigues.
Vilson e a esposa permaneceram casados por quase 40 anos e tiveram 4 filhos, todos formados em diferentes áreas.

Motivação
Sobre sua relação com a educação, ele diz: “Eu gosto muito, mas muito de ler, sempre li durante minha vida inteira, e quando minha esposa faleceu, eu tive que buscar um novo horizonte. Como sempre tive vontade de cursar uma faculdade, vi que essa era a hora”.
Vilson diz que não prestou o vestibular para seguir carreira, pois, caso passe, quando se formar, estará com 72 anos de idade. “É muito mais pelo conhecimento, pelo prazer de saber mais. Eu espero que isso sirva de incentivo para outras pessoas… A gente tem que batalhar e ir atrás dos sonhos da gente… E vamos ver, torcer para que eu passe, para que possa ter outro caminho. Se não der, eu arrumo outro projeto e vou tocar minha vida”, encerra.