O costume pode ser prejudicial por conta do açúcar refinado contido nesses alimentos
“A pessoa pode ter uma alimentação muito desregrada, pobre em alguns nutrientes ou substâncias essenciais”
Um doce após a refeição para muitos é uma “necessidade.” Mas, esse hábito pode ser prejudicial, principalmente, por conta do açúcar contido em muitos desses alimentos. A doutora em alimentos e nutrição Patrícia Novais explica que essa ‘necessidade’ pode ser devido a uma alimentação inadequada. “A pessoa pode ter uma alimentação muito desregrada, pobre em alguns nutrientes ou substâncias essenciais”. Além disso, essa vontade pode ser decorrente de um desequilíbrio emocional, seja ansiedade ou estresse, que deve ser tratado com um especialista.
A doutora diz que existem muitas formas de driblar esse hábito de comer um doce após o almoço. A primeira atitude a ser tomada é cuidar da alimentação, que deve ser adequada de acordo com a realidade individual, ou seja, consumir aquilo que seu corpo necessita. Feito isso, Patrícia conta que existem preparações que têm, naturalmente, o sabor doce, sendo assim, não é necessária a adição de açúcar, que é o caso das frutas.
Para aqueles que não conseguem deixar de lado o doce, a especialista indica que pode-se fazer o consumo em pequena quantidade, dando preferência sempre aos que têm baixa ou nenhuma adição de açúcar. Ela dá o exemplo do chocolate ‘amargo’, que tem alto teor de cacau, de 70% ou superior.
Uma das principais preocupações é com o açúcar cristal e refinado, por serem pobres em nutrientes, com elevado teor calórico e, consequentemente, por poderem trazer malefícios à saúde. Segundo conta a doutora, “o açúcar refinado passa por um processo de adição de substâncias químicas, para ficar bem branquinho e bonito, mas, com nada de bom para a saúde, sendo considerado o pior açúcar para nossa saúde”.
Entre os açucares, o mascavo e o demerara orgânico são os menos prejudiciais. Patrícia comenta que, no caso desses, existe maior preservação dos nutrientes e, além disso, não contam com a adição de substâncias químicas. Porém, estes apresentam o custo mais elevado que o refinado e o cristal.
O açúcar do coco pode ser uma opção saudável para quem busca qualidade na dieta. A explicação está no fato dele conter os nutrientes preservados. Outra qualidade a se destacar é que eles contêm menor índice glicêmico com comparação com os demais.
Mesmo com essas opções menos prejudiciais, a doutora explica que “é importante ressaltar que o valor energético praticamente não difere entre os açúcares, portanto a quantidade não pode ser liberada em nenhuma das situações”.
Patrícia recomenda que os alimentos com açúcares, quando consumidos, acompanhem outros tipos de alimentos, em especial aqueles que contenham fibra, como, por exemplo, um bolo contendo farinhas integrais.
É necessária atenção quando será consumido o doce. A especialista diz que “não é recomendado que uma pessoa consuma um doce em jejum e/ou isoladamente, pois, a velocidade com que o açúcar chegará ao sangue será muito mais rápida, elevando a glicose e insulina, aumentando riscos para a saúde, como o aumento dos índices de triglicérides, aumento da probabilidade de diabetes, aumento da obesidade, maior risco de entupimento das artérias e maior inflamação das células”.
Patrícia F. Souza Novais
Nutricionista –
CRN3: 20343
Doutora em Alimentos e Nutrição – Unesp
Administradora Geral
Academia Bio Fitness e CrossFit Cosmópolis
Uma pessoa que não tem problemas de saúde, como diabetes e obesidade, pode consumir açúcar em pequenas quantidades, preferencialmente, aquelas versões com maior preservação de nutrientes e sem aditivos químicos.
Também se deve atentar para o açúcar contido naturalmente nos alimentos. Por exemplo, um suco de caixinha, que contém de 10 a 14% de sua composição em açúcar, ou seja, num copo de 200ml, você pode estar ingerindo de 20 a 28g de açúcar.
Patrícia ressalta que “uma pessoa pode viver sem açúcar, pois, o principal nutriente encontrado no açúcar é o carboidrato, que é encontrado com facilidade em muitos alimentos, como legumes, todas as frutas, pães, mandioca, batata doce, aveia, milho, farinhas”.
