Hoje em dia, há diversas opções disponíveis em óleos para cozinhar. As prateleiras dos supermercados estão repletas de variedades, que ajudam o consumidor, mas, muitas vezes, podem também confundir, já que muita gente não sabe as diferenças entre um e outro.
Segundo a nutricionista Daniela Belinatti Menardo de Oliveira, existem muitos equívocos quando o assunto é óleo de cozinha. “Por muitos anos, quando não conhecíamos os malefícios e origem do óleo de canola, este foi usado com apelo de saudável. Hoje, quem o usa são os desinformados ou aqueles que não estão nem um pouco preocupados com a saúde.
Outro exemplo é o azeite de oliva, muitos resistem em usá-lo para cozinhar, preocupados com possíveis produtos gerados, no entanto, azeite de oliva pode, sim, ser uma boa opção para cocção sob temperatura, pouquíssimos produtos ruins são gerados em temperatura de cozimento.”
O corpo necessita de quantidades diárias de gordura. As gorduras podem ser saturadas ou insaturadas. As saturadas são de origem animal e aumentam o colesterol ruim. Já as insaturadas, classificação em que se enquadram os óleos de cozinha, são de origem vegetal e se dividem em monoinsaturadas (que diminuem o colesterol ruim sem prejudicar o colesterol bom) e as poli-insaturadas (que diminuem os dois tipos de colesterol). Portanto, o melhor óleo de cozinha é o que possui grande quantidade de gorduras monoinsaturadas.
Apesar do óleo de soja ser o mais conhecido, existem outros tipos, como de milho, girassol, canola, algodão e linhaça. Sem falar no azeite, outra fonte de óleo vegetal extraído a partir da azeitona.
De acordo com Daniela, existe diferença entre o azeite de oliva e o azeite extra-virgem. Isso porque, enquanto o azeite de oliva pode ser aquecido, o azeite extra-virgem deve ser usado para temperar salada e não deve ser aquecido, para não perder os vários fenólicos nele presentes. “Os critérios de seleção são simples, nem precisamos entrar em detalhes tecnológicos de ponto de fumaça ou de fusão. Não use óleos refinados, pois, o processamento de desodorização e de refinamento remove alguns ácidos graxos e fenólicos, ou seja, óleos de canola, milho, girassol, soja estão fora. Esses óleos são fontes de ômega-6, e seu excesso pode estimular fatores responsáveis pela expressão de proteínas inflamatórias, aumento do potencial oxidativo principalmente em colesterol LDL, bem como aumento do risco de doenças cardiovasculares, inflamatórias, diabetes, entre outras”, explica a nutricionista.
Além disso, Daniela dá dicas para temperar a salada. “Combine azeite extravirgem, óleo de semente de uva e óleo de macadâmia. Juntos, os três fornecem uma mistura equilibrada de ácidos graxos essenciais, contribuindo para a modulação hormonal e o menor risco de doenças cardíacas.”
Além dos fatores de saúde, há também a questão do sabor que, dependendo do óleo utilizado, pode ser modificado. O azeite não é o ideal para frituras pesadas, porém, é ótimo para refogar, assar, cozinhar e também para preparações frias, por ser muito saboroso.
Já o óleo de girassol é muito bom para preparar carnes e peixes, mas, seu sabor pode sobressair em molhos e temperos. O óleo de milho é indicado para fazer bolos e receitas doces e o óleo de soja é o mais utilizado para frituras em geral.
Menos comum, mas muito saboroso, o óleo de coco pode ser utilizado para preparar qualquer tipo de alimento, mas, ele mantém o sabor da fruta, portanto, não pode ser indicado para quem não gosta muito.
A nutricionista explica que o óleo de coco combina muito bem com preparações sob alta temperatura (assados e refogados) e o azeite, associado ao óleo de macadâmia, combina bem com risotos.
Para atender todas as necessidades nutricionais, pode-se optar por alternar o consumo dos óleos vegetais (soja, milho, girassol e azeite) ao longo do mês. Além dos benefícios à saúde, ainda há o benefício financeiro, já que alguns são mais caros que outros.
Algumas dicas da nutricionista para auxiliar na escolha e aplicação dos óleos:
– Óleo de coco ou azeite de oliva: para cozinhar, principalmente sob alta temperatura, ideal para assados, omeletes e refogados;
-Não existe nenhum problema em usar manteiga sem sal para uma refoga rápida; a manteiga Ghee é melhor, mas, um pouco mais cara;
-Óleo de abacate: ingerir 15 minutos antes do almoço ou jantar;
-Óleo de macadâmia ou azeite de oliva extra virgem prensado a frio ou óleo de semente de uva: para temperar saladas e preparações sem uso de calor.